Após o Unitoledo (Centro Universistário Toledo)extinguir o curso presencial de História e direcioná-lo para a modalidade EAD (Ensino a Distância), estudantes da instituição estão apreensivos com a incerteza da retomada das aulas, que deveriam ter iniciado na última segunda-feira (8), e com a falta de informação a respeito das mudanças anunciadas em maio deste ano.
A instituição anunciou a mudança naquele mês, justificando que ela proporcionaria uma flexibilidade maior para o estudante. A decisão gerou protestos dos alunos, que se revoltaram por ter de terminar o curso a distância. Na ocasião, a direção do Campus afirmou que os alunos já haviam recebido as orientações relativas à alteração e que a instituição havia disponibilizado uma equipe de atendimento dedicada ao esclarecimento das dúvidas.
UniToledo transforma cursos em EAD e revolta alunos
No entanto, não é o que os alunos estão vivenciando na prática. Eles alegam que estão sem respostas sobre o funcionamento do novo formato de aula, que não receberam orientações para o uso das plataformas digitais da instituição e não sabem se continuarão como alunos do Unitoledo ou se serão transferidos para a Estácio de Sá, braço do grupo que oferece cursos on-line.
A estudante Maria Eduarda de Oliveira Maroiama, 21 anos, que está no oitavo semestre de História, disse que a instituição informou, em maio deste ano, que ela e seus colegas seriam transferidos para a Estácio e que teriam uma bolsa de 100%, além da garantia de adaptação da grade curricular.
“Em junho, os professores e a coordenadora do meu curso foram demitidos e, desde então, estamos sem respaldo algum. Nós questionamos como deveríamos proceder para iniciar as aulas e ninguém tinha resposta para nos dar”, contou.
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Ela ainda relata que foi à instituição junto com um grupo de amigos no dia primeiro de agosto, já que as aulas no Campus teriam início na última segunda-feira (8). “Na ocasião, o reitor disse que nos daria um posicionamento até a sexta-feira, dia 5, sobre a nossa transferência e início das aulas, mas, até agora, nada de resposta”, afirmou ela, que está a seis meses de se formar.
“Não sabemos nem se iremos nos formar”, diz estudante
O estudante Cleiton Monea, 22 anos, que também deveria estar cursando o oitavo semestre de história, está na mesma situação. “Não sabemos o que será de nós, não sabemos nem mesmo se iremos nos formar. Estamos abandonados, sem respostas. Eles não falam com a gente, não criaram uma rede de contato, nós é que precisamos ir atrás, mas são apenas promessas que nunca são cumpridas”, reclamou.
Outro lado
A reportagem do RP10 entrou em contato com a assessoria de imprensa do Unitoledo, mas não recebeu respostas aos questionamentos até o fechamento desta matéria. O posicionamento da instituição será acrescentado a este texto assim que for enviado.
A institução enviou um posicionamento à reportagem às 16h07, por e-mail. Segue a nota na íntegra:
“O Centro Universitário mantém seu compromisso com a qualidade de ensino e informa que todas as atividades acadêmicas são cumpridas com rigor, respeitando professores, pais e alunos, no que compete ao bom funcionamento das suas obrigações educacionais. Além de acompanhar de perto a situação de cada aluno desde o início do processo, a instituição já tem uma solução para oferecer condições financeiras e acadêmicas, para que os alunos possam dar continuidade aos cursos. O Centro Universitário reforça que sempre atua na promoção de um ambiente respeitoso entre as pessoas e permanece à disposição dos estudantes para o esclarecimento de quaisquer dúvidas.”