(Folha da Região) – As recomendações impostas pela OMS (Organização Mundial de Saúde), Ministério da Saúde e até decretos estaduais e municipais para conter o avanço da pandemia Covid-19 (Coronavírus) tem revelado números em alguns setores que surpreenderam e podem revelar uma nova tendência de trabalho. No caso do poder judiciário, foi registrado um aumento de produtividade em alguns setores.
De acordo com o juiz diretor regional da Apamagis (Associação Paulista dos Magistrados), Dr, Émerson Sumariva Júnior, diante da situação, as audiências foram suspensas neste período de quarentena e juízes e servidores do poder judiciário adotaram o sistema de trabalho homeoficce, até mesmo para não parar os processos e o trabalho da Justiça.
Este modelo trabalho, segundo ele, revelou números surpreendentes. O diretor explica que foi possível observar um aumento de produtividade, principalmente nas varas cíveis e da Fazenda Pública, onde o número de audiência é baixo. Os índices mostram aumento nas estatísticas de sentenças e decisões judiciais.
Para Sumariva, um dos fatores é o fato do magistrado estar trabalhando de forma mais reservada no sistema homeoficce, que proporciona também mais concentração, e dedicação aos trabalhos, parando menos para fazer atendimentos presenciais que muitas vezes não passam de conversas informais que acabam demandando tempo.
Ele disse que o trabalho dos funcionários em casa, pelo menos na jurisdição que atua, também tem apresentado resultados positivos com relação a produtividade. “Isso mostra que o trabalho com menos interrupção gera mais produção”, explicou.
Para Sumariva Júnior, os números revelam que haverá demanda para estudos por parte do Tribunal com relação a este novo modelo de trabalho que hoje é proporcionado pela modernidade tecnológica.
A Rádio CBN destacou que o aumento da produtividade foi de 10% a 15% no TJSP desde o início do regime especial. De 16 a 25 de março, foram emitidas 76 mil sentenças, 336 mil decisões interlocutórias e 205 mil despachos.
A rádio também destacou que, além dos magistrados, há cerca de 40 mil funcionários trabalhando 8 horas por dia.
O juiz Guilherme Madeira afirmou que o trabalho remoto tem propiciado ganho de tempo, enquanto a desembargadora Márcia Regina Dalla Déa Barone disse à reportagem da Folha de São Paulo que os integrantes dos gabinetes do segundo grau já estavam adaptados ao trabalho compartilhado em ambiente digital, já que nessa esfera ocorrem os chamados julgamentos virtuais.
Para a presidente da Apamagis, juíza Vanessa Ribeiro Mateus, a magistratura “arregaçou as mangas”. “O Poder Judiciário ampliou enormemente sua capacidade de trabalho remoto”, falou.falou.Também
Também está havendo flexibilização, em tempos de pandemia, nos documentos exigidos para medidas protetivas em casos de violência doméstica.
Em comunicado de 30 de março, a Corregedoria do TJSP acolheu o pedido da Defensoria de São Paulo e determinou que, para evitar o deslocamento das vítimas, não é necessária a apresentação do Boletim de Ocorrência nesses casos.