O funcionário público estadual aposentado, que matou o genro a tiros em Araçatuba, se apresentou na Polícia Civil, admitiu o crime e alegou que agiu em legítima defesa dele e de terceiros.
Acompanhado do advogado criminalista Luiz Raphael Arello, o acusado J.C.M., de 69 anos, confessou ter atirado contra o ex-presidiário Júnio Gilberto de Vicente, 46 anos, para defender a filha e os netos, que segundo ele, estariam sofrendo reiteradas ameaças de morte.
O depoimento, obtido pelo Regional Press, foi dado nesta terça-feira (9) ao delegado Abelardo Alves Gomes, no 1º Distrito Policial de Araçatuba. Como não foi preso em flagrante, o acusado vai responder pelo crime de homicídio em liberdade.
O assassinato ocorreu no último dia 4 de outubro na rua Gastão Vidigal, bairro Antônio Pagan. O aposentado disse em depoimento que foi até a casa da filha após tomar conhecimento de supostas ameaças de morte. Segundo ele, Junio era bastante ciumento e tinha comportamento agressivo.
O aposentado alegou que foi até a casa da filha após saber que Junio pretendia ir até o local. O acusado disse que no dia do crime, a vítima entrou na casa de sua filha e passou a ameaça-la de morte.
Nesse meio tempo, o acusado, que estava armado, disparou um tiro contra Junio. Ele disse que atirou quando a vítima colocou a mão na cintura.
Conforme o depoimento do acusado, mesmo ferido, Junio deixou a casa andando. O aposentado alega que ficou no local por algum tempo e após alguns minutos resolveu deixar a casa de carro.
De acordo com o depoimento, na saída o acusado voltou a encontrar a vítima. O aposentado alegou que Junio teria arremessado contra ele blocos de construção e que diante do fato atirou mais algumas vezes na direção do genro, fugindo em seguida.
O acusado disse que tomou conhecimento da morte da vítima posteriormente e que jogou a arma usada no crime no córrego Lafon, perto de um rancho após o bairro rural de Engenheiro Taveira.
O aposentado alega que trabalhou por 23 anos como carcereiro e que agiu para defender a si, a filha e os três netos. O indiciado se comprometeu a comparecer nas audiências que for convocado.
“Meu cliente é uma pessoa séria, honesta e que dedicou 23 anos de sua vida ao serviço público na polícia”, disse o advogado Luiz Raphael Arello. “Ele agiu sob forte emoção de um pai e um avô que queria proteger a sua família”.
O advogado disse que tem motivos para acreditar que a Junio tinha a intenção de matar a mulher, os filhos e depois tirar a própria vida. “Acreditamos nessa hipótese após conversar com testemunhas”, disse.
“Na verdade, uma tragédia maior foi evitada”, considerou Arello em entrevista ao Regional Press.
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