Pais e alunos da Escola Estadual Arthur Leite Carrijo, localizada no Jardim Umuarama, em Araçatuba (SP), reclamam da alimentação servida aos estudantes. As queixas vão desde mau cheiro até falta de cozimento dos alimentos, o que faz com que muitos deixem de comer, mesmo ficando o dia inteiro na unidade escolar, que é de período integral.
A situação vem se arrastando desde o ano passado, mas piorou em 2024, conforme os pais, que já levaram o caso à Diretoria Regional de Ensino. A escola tem aproximadamente 430 alunos do sexto ano do Fundamental até o terceiro do Ensino Médio. Os alunos do diurno ficam das 7h às 16h no local, que funciona também no período noturno com outras turmas do Ensino Médio.
A secretária Najila Tayaine de Moraes, 37 anos, conta que precisou buscar o filho passando mal várias vezes, na escola, com fraqueza, por não conseguir ingerir a comida oferecida. O adolescente, que tem 15 anos, cursa o primeiro ano do Ensino Médio no período diurno.
“Ele reclama do mau cheiro da comida e da forma como os alimentos são preparados. Já teve dias de servirem arroz e macarrão duros, porque não foram cozidos direito. A carne de porco oferecida outro dia estava com cheiro ruim, enfim, cada dia é uma situação diferente e a molecada acaba não comendo”, relatou.
Ela conta que, além de mal-estar e fraqueza por não comer, o filho já sofreu dores no estômago quando resolveu ingerir a comida oferecida na escola. “É uma situação complicada, porque os alunos ficam o dia todo lá e precisam de uma boa alimentação”, defende a mãe, destacando que os alunos não podem levar lanche ou alimentos de casa.
Filhas com fome
A microempreendedora Rafaela Moreno, 37 anos, tem as mesmas queixas que a secretária. Ela conta que tem duas filhas na escola, uma de 12 e outra de 15, que também enfrentam dificuldades para ingerir a comida oferecida na Arthur Leite Carrijo.
“Minhas filhas estão estudando com fome. Quando elas chegam em casa, parece que estavam há uma semana sem comer. Já aconteceu até de um adolescente desmaiar de fraqueza na escola”, contou. “Estamos indignadas, pois é um verdadeiro caos a alimentação lá. Sem contar que já aconteceu de acabar uma fruta ou verdura quando os alunos descem para comer no segundo intervalo”, completou, explicando que os alunos são divididos em turmas para almoçar.
A microempreendedora disse, ainda, que os estudantes reclamam dos banheiros sujos e quebrados, que segundo ela, não recebem manutenção periódica. Por último, ela relata a queixa de que há ventiladores, em algumas salas, que não funcionam.
Outro Lado
A reportagem do RP10 entrou em contato com a Secretaria de Estado da Educação, que enviou a seguinte nota:
“A Diretoria de Ensino de Araçatuba notificou a empresa responsável pelo preparo da alimentação escolar e, desde o início do mês, uma nova equipe está alocada na escola.
A nutricionista da Diretoria também acompanha o serviço, orientando as funcionárias sempre que necessário. Não procede a informação de falta de produtos na unidade escolar. A quantidade de alimentos preparados segue de acordo com a quantidade de alunos a fim de evitar desperdício.
Todos os ventiladores estão em funcionamento e algumas unidades estão sendo substituídas por equipamentos novos. Os banheiros são higienizados por uma empresa terceirizada que disponibiliza três funcionários para atender aos três períodos da escola.”
A Diretoria de Ensino de Araçatuba segue à disposição para mais esclarecimentos à comunidade escolar.