A vice-prefeita Edna Flor, agora no Republicanos, entra fortalecida no processo que antecede a definição da candidatura que terá o apoio do prefeito Dilador Borges (PSDB). Em um partido mais robusto que o Cidadania, onde permaneceu durante 19 anos, ela adquire novo vigor na “batalha” interna para a escolha do nome que irá concorrer ao pleito de 2024 pela situação. Apesar disso, Edna disse que pretende manter o grupo coeso e que “quer acreditar que não vamos para o embate”.
O posicionamento da vice-prefeita demonstra que ela deverá levar até o fim a proposta de seu nome como o mais viável para a sucessão. Tanto que, ao ser questionada, se lançaria uma candidatura sem o apoio do grupo a que pertence atualmente, caso não fosse a escolhida para encabeçar a chapa de prefeito (a), disse:
“Quero acreditar que não vamos para o embate. Nesse momento, não quero responder isso, porque acredito na força do diálogo, na inteligência, quero ir até o momento da convenção. Vou ser uma batalhadora por uma composição para agradar a maiora. Ainda aposto na possibilidade de construir uma candidatura”.
Sobre a conversa de bastidores de que ela teria ou poderia aceitar concorrer a uma vaga na Câmara com a promessa de apoio para se tornar presidente da Casa, ela respondeu que se confirmasse tal afirmação, estaria abrindo mão de sua candidatura a prefeita, o que não é o caso. No entanto, disse que, em termos de candidatura, “tudo é possível”.
DOBRADINHA OU RACHA?
Os nomes mais fortes dentro do grupo de Dilador para concorrer à Prefeitura este ano são o do chefe de gabinete do prefeito, Deocleciano Borella Júnior, e o da própria Edna. Poderia haver uma dobradinha dos dois, desde que Borella fosse o vice, pois ela já concorreu e exerceu o cargo de vice por duas vezes, o que significa que ela só poderia ser candidata a prefeita ou a vereadora.
Nos bastidores, comenta-se que ele seria o preferido, o que teria provocado a ida da vice-prefeita para o Republicanos, em resposta ao grupo, sinalizando que ela pode construir uma candidatura à margem da administração.
Já os aliados da administração defendem que não há a possibilidade de um racha e garantem que a migração de Edna é uma tática para que a candidatura que terá o apoio da administração nas eleições 2024 arrebanhe o maior número de partidos.
Neste sentido, o Cidadania, como a própria Edna colocou, está fragilizado pela pequena representatividade na Câmara Federal e tem apenas 30% dos votos na Federação com o PSDB.
“Avaliamos que ter o Republicanos numa roda de conversa iria fortalecer a discussão, temos responsabilidade na condução desse processo”, afirmou, ao justificar a troca de partido.
Além do Republicanos, Edna disse ter recebido convite do Podemos, partido que também tem pouca representatividade. “É quase do mesmo tamanho do Cidadania, embora eu tenha apreço pela Renata Abreu”, disse, referindo-se à deputada federal e presidente nacional da sigla.
ABALOU A DIREITA
O fato é que a ida de Edna Flor para o partido do governador Tarcísio de Freitas, ex-ministro e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), abalou a direita araçatubense.
Primeiro, porque a vice-prefeita já pertenceu aos quadros do PT (Partido dos Trabalhadores) e muitos a reconhecem como de esquerda.
Segundo, porque sua presença no Republicanos deverá minar uma possível candidatura do vereador Lucas Zanatta (PL) a prefeito, tendo o ex-vice-prefeito Carlos Hernandes (Republicanos) como vice.