O ex-sindicalista e líder comunitário Damião Brito, 51 anos, pode assumir o PSB (Partido Socialista Brasileiro) em Araçatuba (SP), sigla do vice-presidente Geraldo Alckmin que está sem representatividade no município desde o ano passado.
O PSB já esteve nas mãos do sindicalista José Avelino Pereira, o Chinelo, hoje no PDT (Partido Democrático Trabalhista), e nas do policial militar reformado Jacques Pétia. Atualmente, a sigla, em Araçatuba, nem aparece no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ou seja, não existe no município.
O plano de Brito, que já foi assessor parlamentar na Câmara de Araçatuba, é concorrer à vereança nas eleições municipais de 2024. Para isso, corre contra o tempo na tentativa de assumir o PSB antes de 6 de abril, prazo final para os postulantes a cargos eletivos providenciarem suas filiações partidárias.
À reportagem do RP10, Damião Brito afirmou que está dialogando com o ex-prefeito de Campinas (SP) e deputado federal Jonas Donizete (PSB) e disse estar confiante com a possibilidade de ser inserido na nominata (lista de nomes) do partido.
“Não pretendo assumir um partido para depois perder na calada da noite. Tem que parar com essa coisa de partido de gaveta e venda de partido, que uma hora está na mão de um, depois está na mão de outro. Hoje em dia, é difícil um partido que trata os seus filiados de maneira decente”, afirmou o líder comunitário, que disse acreditar que o PSB é diferente de outras siglas.
De liberal pra socialista
Brito, que já foi filiado ao extinto PSL (Partido Social Liberal), agremiação que se fundiu com o DEM (Democratas), dando origem ao União Brasil, acredita que isso não será empecilho para que assuma o partido de Alckmin em Araçatuba, que tem raízes progressistas, contrárias às do PSL, antiga sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ele se justifica, dizendo que, à época, filiou-se ao partido por ser assessor do então vereador Denilson Pichitelli, presidente do Sisema (Sindicato dos Servidores Municipais de Araçatuba e Região). Damião Brito também já assessorou o ex-vereador Evandro Molina e prestou serviços para os parlamentares Coronel Guimarães (União Brasil) e Dr. Alceu (PSDB).
A expectativa é que até o fim de janeiro seja definida a nominata do PSB em Araçatuba, após o término do recesso forense, para que o TSE possa fazer a homologação. Caso a ida para o Partido Socialista Brasileiro não vingue, o líder comunitário disse que irá para uma das cinco siglas de quem recebeu convite para a filiação.
“Mas estou confiante em relação ao PSB, estamos até articulando um encontro com o vice-presidente Geraldo Alckmin”, disse. Brito lembrou que, em 2002, já esteve com o político quando este era governador de São Paulo e houve um problema no aeroporto de Araçatuba, que estava sem funcionários para operar o aparelho de raio X para a inspeção de bagagens.
Na ocasião, Brito era presidente do Sindicato dos Empregados de Agentes Autônomos do Comércio (Seac). “Três dias depois da vinda dele, o problema no aeroporto foi solucionado”, contou.
Atuação
Damião Brito, que é soldador de profissão, atua como líder comunitário há mais de 20 anos. Sua atuação abrange os bairros Jussara, Água Branca, Águas Claras e Verde Parque. Muitas vezes, acaba sendo o canal de comunicação entre moradores e o poder público, para a solução de problemas.
“Muitas vezes, o vereador está no gabinete e não sabe o que se passa na periferia, por isso a gente acaba cumprindo esse papel de levar reivindicações e buscar soluções junto ao poder público”, disse.