Documentos obtidos pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro indicam que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tentou vender um relógio Rolex recebido como presente durante uma viagem oficial.
Em uma troca de e-mails analisada pela CPMI, Cid expressou interesse em vender o relógio, que não tinha um certificado de garantia, pois foi um presente. Ele estimou o valor do relógio em US$ 60 mil (aproximadamente R$ 300 mil na cotação atual do dólar) e afirmou que a peça nunca foi usada.
O relógio em questão é um modelo Rolex Oyster Perpetual Day Date, feito de ouro branco, platina e diamantes, com pulseira modelo Presidente e caixa em madrepérola e diamantes. Registros do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica, também obtidos pela CPMI, confirmam que o relógio foi um presente do rei Salman Bin Abdulaziz al Saud da Arábia Saudita, durante uma visita oficial em outubro de 2019.
A identidade do interlocutor de Cid nas mensagens não foi revelada, e ainda não está claro se a negociação foi concluída ou abandonada. Os e-mails não citam Bolsonaro e não indicam se a tentativa de venda estava sendo feita em seu nome.
Durante a mesma viagem, a comitiva presidencial também recebeu dois conjuntos de joias, um da marca Chopard, e outro composto por um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes. A investigação sobre a troca de e-mails e a potencial venda do relógio continua.