Dalai Lama se desculpou publicamente depois que um vídeo de um evento na cidade de Dharamshala em fevereiro mostrando-o beijando uma criança na boca e pedindo para ela “chupar” sua língua viralizou nas redes sociais.
Em resposta ao incidente, o escritório do Dalai Lama emitiu um comunicado nesta segunda-feira (10), pedindo desculpas à criança e sua família, bem como a seus amigos em todo o mundo pela dor que suas palavras podem ter causado. O comunicado também lamentou o ocorrido.
No vídeo, o menino pode ser visto se aproximando do Dalai Lama antes de perguntar se poderia abraçá-lo. O líder espiritual de 87 anos convida o menino para subir ao palco e lhe dá um abraço e um beijo na bochecha. Em seguida, ele aponta para a boca e diz: “Então acho que, finalmente, aqui também”, beijando a criança na boca e pedindo para ela “chupar” sua língua.
O caso gerou críticas e condenação de grupos de direitos da criança, como o Haq: Center for Child Rights. Em seu comunicado à CNN, o grupo condenou “toda forma de abuso infantil” e afirmou que mesmo que haja alguma referência cultural sobre mostrar a língua, não é aceitável.
O Dalai Lama é a figura budista viva mais conhecida do mundo, líder espiritual da escola “Chapéu Amarelo” (também conhecida como Guelupa) do budismo tibetano. Ele está na Índia desde 1959, após um levante tibetano malsucedido contra as forças de ocupação chinesas. Desde então, estabeleceu um governo no exílio, na cidade de Dharamshala, liderando milhares de tibetanos que o seguiram até lá.
Este caso de fevereiro não é a primeira vez que o líder espiritual causa polêmica nos últimos anos. Em 2019, ele pediu desculpas após uma entrevista para a BBC, durante a qual disse que se uma mulher Dalai Lama deveria sucedê-lo, ela “deveria ser mais atraente”. Em um evento em 2018, sugeriu que a Europa deveria ser mantida para os europeus, o que gerou controvérsia.