O Tribunal do Júri se reúne nesta quarta-feira (9), em Araçatuba (SP), para o julgamento de Mário José Mota, 43 anos, acusado de tentar matar uma ex-companheira enforcada e uma testemunha, que tentou ajudá-la, com golpes de facão. Os crimes ocorreram na avenida Joaquim Pompeu de Toledo na noite de 5 de junho de 2020.
O acusado foi detido por policiais militares que chegaram no momento da confusão. Um dos PMs teve que atirar em Mota para que ele soltasse o facão antes de atingir a vítima pela segunda vez. O acusado segue preso desde então. O julgamento será realizado no salão do júri do Fórum da Justiça Estadual de Araçatuba. O resultado deve sair no mesmo dia.
De acordo com denúncia do Ministério Público, o pronunciado e a sua ex-companheira eram moradores de rua e viviam catando reciclados com um carrinho de mão. Na noite do crime, o acusado havia usado crack. O desentendimento entre ele e a mulher começou quando ele pediu dinheiro para adquirir mais droga e ela recusou. Na ocasião, ele também passou a discutir sobre um relacionamento anterior da mulher, demonstrando ciúmes.
Em determinado momento, quando o casal passava pela avenida perto da rotatória com a avenida da Saudade, Mota passou a agredir a mulher tentando enforcá-la. A vítima passou a gritar por socorro e chamou a atenção de um rapaz e de duas amigas que saiam de um mercado localizado nas proximidades.
Com a intervenção do rapaz na briga, o acusado pegou um facão que estava no carrinho de reciclados e desferiu um golpe nele que atingiu de raspão o abdome. O rapaz tentou correr, mas caiu no chão em razão de um problema na perna. Nesse momento, dois policiais militares que patrulhavam o local de moto viram a confusão e os pedidos de ajuda e se aproximaram. Um deles gritou para que o agressor deixasse o facão, o que não ocorreu.
O policial desferiu dois tiros que atingiram o acusado antes dele desferir o golpe que poderia ser fatal na vítima, caída ao solo. Mesmo ferido do o tiro, o acusado ainda tentou recuperar o facão e agredir a vítima, mas a arma branca foi resgatada pelos PMs.
O acusado e a vítima foram levados até o pronto-socorro da Santa Casa. A vítima recebeu alta médica horas depois. O acusado ficou internado sob escolta policial e foi autuado em flagrante por dupla tentativa de homicídio. A Justiça converteu o flagrante em prisão preventiva e o acusado foi encaminhado para uma penitenciária de segurança máxima, onde permanece até hoje.
No decorrer do processo, o Ministério Público requereu o arquivamento do procedimento quanto a ação do policial militar sob o argumento de legítima defesa de terceiro. O MP também pediu o pronunciamento do acusado (submetê-lo a júri popular), o que foi atacado pela Justiça de Araçatuba.