As cenas de terror do Mega-Assalto a duas agências bancárias, em Araçatuba, que envolveu escudos humanos, armamento de grosso calibre e o uso de explosivos, completam um ano nesta terça-feira (30). A ação cinematográfica, conhecida como “Novo Cangaço”, fechou os acessos à cidade, atacou quartéis da Polícia Militar e terminou com a morte de dois inocentes.
Um ano depois da tragédia, a Polícia Federal já prendeu 44 investigados e cumpriu 95 mandados de busca e apreensão. A última prisão ocorreu no dia 22 de agosto, pela Polícia Rodoviária Federal, em Atibaia (SP). O preso, Danilo dos Santos Albino, de 38 anos, é apontado como um dos líderes do Mega Assalto e estava na lista dos criminosos mais procurados pela polícia.
O terror em Araçatuba começou na madrugada do dia 30 de agosto de 2021, quando bandidos encapuzados invadiram a cidade fortemente armados, em cerca de 10 carros, e fecharam o centro da cidade para assaltar as agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.
Após a investida, os assaltantes abordaram pedestres e motoristas e os tomaram como reféns. Alguns foram colocados amarrados sobre capôs dos carros usados durante a fuga dos bandidos, para que servissem de “escudo humano” e evitar a ação da polícia. Os assaltantes também cercaram a sede do CPI-10 (Centro de Policiamento do Interior 10) e a do Baep (Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar).
Os criminosos ainda queimaram um caminhão e o deixaram atravessado em uma das entradas da cidade, para impedir a passagem de reforços policiais enviados de cidades vizinhas e chegaram a usar drones para monitorar o movimento dos policiais.
Vítimas
O personal trainer Márcio Victor Silva, 34 anos, que foi usado como escudo humano, foi morto pelos bandidos, assim como o comerciante Renato Bortolucci, 38 anos, dono de um posto de combustíveis, que filmava a ação dos bandidos na rua Luiz Pereira Barreto. Além deles, um criminoso também foi morto.
O centro da cidade foi transformado em um verdadeiro campo mimado, pois os bandidos espalharam explosivos em pelo menos 20 pontos. Um deles feriu gravemente o marceneiro Clayton Soares Teixeira, 26 anos, que teve os pés amputados e a mão direita gravemente ferida. Agentes do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) foram chamados de São Paulo para desarmar os artefatos.
Para a segurança dos moradores, O centro da cidade ficou fechado por dois dias, as aulas foram suspensas e o transporte público paralisado na região central da cidade.
Apesar de a ação ter sido cinematográfica, o roubo foi considerado um fracasso, já que o cofre maior de um dos bancos acionou um sistema moderno de segurança, picotou e manchou as notas que seriam roubadas. O valor levado pelos bandidos, segundo fontes extraoficiais, não foi nem 30% do planejado pelos criminosos.