A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu em flagrante um empresário de 40 anos em Contagem (MG), acusado de falsificar cachaça. O homem usava combustível etanol na fabricação. As informações são do g1.
A falsa cachaça continha etanol, diluído em água, adoçante industrial e serragem. Durante o processo de aditivação o etanol pode se transformar em metanol, substância muito mais letal do o dietilenoglicol e o monodietilenoglicol encontrados nas cervejas do caso Backer, em 2020.
“Diferente do caso Backer é que aqui tem uma estrutura dolosa montada para falsificação, criada para produzir produto impróprio, inclusive com fundo falso, na fábrica. Eles colocaram alto índice de enxofre, não tinha monitoramento dos padrões da cachaça, além de utilizarem insumos alérgicos que podem causar a morte como o metanol que mata mais rápido que etilenoglicol”, contou o delegado Júlio Wilke.
A operação, que ocorreu nesta terça-feira (17), começou após denúncias anônimas ao Instituto Mineiro de Agropecuário (IMA). Segundo a Polícia Civil o esquema trouxe um prejuízo de R$ 2,4 milhões.
O empresário fabricava o produto falso em dois balcões localizados na cidade. Em um deles, foi encontrado 60 mil litros de etanol. “Esses 60 mil litros de álcool iriam render cerca de 120 mil litros de cachaça falsa, altamente prejudicial ao consumo”, disse Wilke.
Segundo o delegado, as investigações ainda não apontaram se o empresário utilizou uma marca legal ou se criaram essa empresa para adulterar a cachaça. A Polícia Civil vai investigar quantos litros eram produzidos mensalmente e para quem eram vendidos.
Os envolvidos podem responder por crime tipificado como “corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto alimentício, assim como a exposição à venda, a manutenção em depósito para venda e distribuição de produtos falsificados, corrompidos ou adulterados”.