Apesar da namorada da vítima apontar seu ex-marido como autor dos tiros, ninguém presenciou o crime
Um pedreiro de 37 anos apontado como autor dos tiros que mataram Welliner Carlos Alves, 46 anos, na noite deste sábado no bairro Águas Claras, zona norte de Araçatuba, negou o crime e acabou sendo liberado após prestar depoimento. Ele havia sido acusado pela ex-mulher,mas na realidade, a Polícia Civil não encontrou nenhuma testemunha que confirmasse a autoria do crime.
Após o homicídio, chegou a circular informações de que o próprio pedreiro teria se entregado. No entanto, a PM foi até a casa dele, que fica a menos de um quilômetro do local onde ocorreu o homicídio, depois que a ex-mulher o apontou como autor dos tiros, mesmo sem ter presenciado o crime.
Churrasco
A PM foi acionada e apurou que Alves, que morava em Guararapes, estava mantendo um relacionamento há uma semana com a ex-mulher do pedreiro, que estava separado há 25 dias. Na noite deste sábado a vítima estava na casa da nova namorada quando um homem entrou e passou atirar. Ele foi alvejado, pulou o muro da casa dos fundos onde caiu ferido e acabou morrendo.
A namorada de Alves contou que estava fazendo um churrasco na companhia dele e de um casal de filhos que tem com o suspeito, sendo uma menina de 7 anos e um menino de 11. Em determinado momento ela saiu para comprar refrigerante, e quando estava em um bar, ouviu barulho de tiros.
A mulher alegou à PM que quando chegou em casa não encontrou Alves e os filhos estavam escondidos no banheiro, assustados. Segundo a mulher, os filhos teriam dito que o pai deles chegou e atirou na vítima. Ela ficou sabendo em seguida que seu namorado estava caído na casa dos fundos, por onde teria tentado fugir.
Um dos policiais militares conversou com as duas crianças na presença da mãe, e elas disseram que foi o pai quem chegou na garupa de uma moto e atirou contra Alves, fugindo em seguida. A mulher ainda disse que já havia sido ameaçada de morte pelo ex-marido e chegou a registrar boletim de ocorrência, tendo também uma medida protetiva em seu favor.
Os policiais fizeram buscas e encontraram o suspeito em sua casa, no bairro Verde Parque. Ele foi chamado, saiu e atendeu os PMs tranquilamente. Ao ser questionado sobre o homicídio, calmamente respondeu que não havia matado ninguém. Os policiais vistoriaram sua casa e não encontraram nenhuma arma de fogo e nem qualquer outro objeto ilícito.
Diante das circunstâncias, o pedreiro foi apresentado no plantão policial. O suposto piloto da motocicleta não foi localizado e nem a motocicleta que teria sido usada na fuga. No plantão policial, o suspeito continuou negando a autoria do homicídio que, segundo a mulher, ele agiu por ciúmes.
Negaram
A vítima portava no bolso uma carteira, que foi apreendida, tendo em seu interior sua CNH. Ele também portava um celular que foi apreendido, objetos que estavam todos ensanguentados. Já delegacia, as crianças não confirmaram que foi o pai quem atirou em Alves, dizendo que não dava para saber porque o homem estava de capacete.
O delegado plantonista requisitou o exame residuográfico, com o intuito de ser encontrados resquícios de pólvora na mão do suspeito, ouviu os envolvidos, requisitou perícia ao local e compareceu no local dos fatos.
No entanto, após todas as diligências realizadas, não encontrou convicção jurídica necessária, respaldada em indícios suficientes de autoria, tendo em vista que o único indício que havia no momento era a palavra da ex-companheira do suspeito, a qual não presenciou os fatos, haja vista que a mesma estava no momento dos disparos comprando refrigerante, próximo ao local do ocorrido. A Polícia Civil aguarda os resultados dos exames e segue investigando caso.