O aumento de internações de pacientes para tratamento de Covid-19 e o consequente aumento no consumo de oxigênio levaram a Santa Casa de Araçatuba a investir, com recursos próprios, em torno de R$ 1,6 milhão na ampliação de sua usina, que teve a sua capacidade de produção aumentada em 66%, passando dos 90 metros cúbicos/hora para os 150 metros cúbicos por hora.
O investimento foi necessário porque em março/abril, no auge da segunda onda da pandemia, o consumo no hospital atingiu o pico de 160 metros cúbicos/hora e precisou comprar oxigênio de gases de empresas especializadas.
O produto era acondicionado em um tanque backup com capacidade para armazenar 5 mil metros cúbicos de oxigênio líquido e, a cada dois dias, o tanque precisava ser reabastecido, o que custou em torno de R$ 500 mil ao hospital.
Com a ampliação, a usina passou a ter mais dois módulos de produção, sendo constituída por cinco unidades modelo DOCS 500 da fabricante PCI que, juntas, têm a capacidade de produzir 150 metros cúbicos por hora de oxigênio.
Com 353 leitos, a demanda hora por oxigênio nesta semana está variando entre 90 a 100 metros cúbicos. Mas, dependendo da quantidade de pacientes Covid, a demanda pode chegar a mais de 150 metros cúbicos/hora.
Neste caso, os setores passam a ser abastecidos por um tanque criogênio para armazenamento de oxigênio liquido. O chamado backup tem capacidade de 5 mil litros, suficientes para até 15 dias, em média, suprindo a diferença entre a produção da Usina e a demanda.
O hospital também possui um segundo backup de cilindros contendo 29 unidades com capacidade unitária de 1,45m³. Os cilindros poderão ser utilizados em casos extremos, como por exemplo, esvaziamento do tanque backup. Enquanto a unidade é abastecida, os cilindros podem ser usados, garantindo 1.450 litros de oxigênio.
Reformulação
Criada em 2001, a usina de oxigênio da Santa Casa de Araçatuba produzia 27 metros cúbicos/hora, quantidade que era suficiente para abastecer 100% da demanda do hospital.
Com a ampliação dos serviços, quantidade de leitos e tempo de utilização, a produção se tornou insuficiente para atender às necessidades do hospital, cuja maior demanda por oxigênio e gases medicinais é gerada pelas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Antes da pandemia, eram quatro: UTI Geral, UTI Coronariana, UTI Neonatal e Pediátria e UTI Neonatal. Com a Covid-19, o hospital instalou duas UTIs respiratórias que totalizam 35 leitos. Ao todo, a Santa Casa mantém, hoje, 79 leitos de UTI.
Em 2019, a CPFL Energia ofereceu investimento para o hospital aplicar em sua maior necessidade. Ainda que nem se desconfiasse que haveria uma pandemia para a qual o oxigênio seria o principal insumo, a diretoria e a administração da Santa Casa de Araçatuba optaram por reformar a Usina de Oxigênio.
“Se não tivéssemos feito isso, afirmo sem nenhum medo de errar que Araçatuba teria vivenciado o mesmo caos que Manaus registrou durante a segunda onda da pandemia do coronavírus”, define o administrador hospitalar Mauro Inácio da Silva.
A CPFL investiu R$ 2,4 milhões para compra e implantação de três módulos que passaram a produzir 90 metros cúbicos/hora de oxigênio. Porém, com o aumento de internações de pacientes contaminados ocorrido no período março/abril, a produção se tornou insuficiente, levando o hospital a investir novamente na ampliação da Usina.