Durante cumprimento a mandado de busca e apreensão, a Polícia Civil de Penápolis resgatou, na quarta-feira (14), aproximadamente 40 pacientes de uma clínica de reabilitação. A maioria das vítimas seria de outros Estados, como Paraná, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. O local, que seria especializado no tratamento a dependentes de álcool e drogas, não tinha alvará de funcionamento. Os atendidos sofriam maus-tratos e viviam em uma situação crítica.
O proprietário não foi localizado até o momento. A instituição fica localizada em uma área no bairro rural Moinho de Vento, às margens da rodovia Assis Chateaubriand (SP-425), entre Penápolis e Barbosa. Investigadores da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), do 1º DP (Distrito Policial) e de Avanhandava, acompanhados da delegada Thaísa da Silva Borges, foram ao local em cumprimento a mandado de busca e apreensão, expedido pela 2ª Vara de Penápolis, após um caso de agressão e ameaça envolvendo a companheira do proprietário.
Emoção
Segundo o que foi relatado, o objetivo era apreender armas e munições, que não foram localizadas. Pelo local, os policiais constataram a situação em que viviam os pacientes, entre adolescentes, adultos, idosos e pessoas com deficiência intelectual. Eles, ao verem as equipes, se emocionaram e comemoraram a chegada dos investigadores.
Ainda durante as buscas, os policiais constaram que o imóvel não era adequado para funcionar como clínica de reabilitação e que não havia o fornecimento de atendimento médico e demais serviços. A delegada comunicou ao Ministério Público a situação. O Conselho Tutelar foi acionado e enviou equipes para acompanharem os adolescentes, levando-os até a sede da DDM, onde foram ouvidos. O caso foi registrado como sequestro e cárcere privado, tortura e maus-tratos.
A Vigilância Sanitária enviou agentes para vistoriar o espaço e tomar as procedências administrativas. O IC (Instituto de Criminalística) fez perícia no local. A Prefeitura disponibilizou dois ônibus para transportar os internos, que foram levados para abrigos temporários, até a chegada dos familiares. A Secretaria Municipal de Assistência Social também enviou representantes e deu o suporte necessário.
A reportagem entrou em contato com o Executivo para saber se a clínica tinha alguma documentação para funcionar e quais medidas foram e serão tomadas, entretanto, até o fechamento desta edição, não obteve retorno.
Nota
Em nota, o advogado da instituição esclareceu que o local seria um Centro Terapêutico e não uma clínica. Ele ainda informou que os responsáveis, inicialmente, decidiram não se manifestar sobre o assunto e que, em breve, se posicionariam quanto aos fatos alegados.