Com os salários de dezembro atrasados, os cerca de 180 funcionários da Organização Social de Saúde Irmandade Santa Casa de Birigui que prestam serviços no pronto-socorro municipal Dr. Alceu Lot, na Unidade Básica de Saúde (UBS) Cidade Jardim e no programa Estratégia Saúde da Família (ESF) entrarão em greve a partir das 9h da próxima quinta-feira (28).
A decisão foi tomada em assembleia virtual realizada no fim de semana, por meio do site do Sindicato dos Empregados nos Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Araçatuba (SinSaúde), que já encaminhou ofício ao prefeito Leandro Maffeis (PSL) informando da paralisação, conforme prevê a lei de greve, que prevêa obrigatoriedade do aviso com 72 horas de antecedência.
A OSS tem 125 funcionários que trabalham no pronto-socorro, com uma folha de pagamento no valor de R$ 386.165,99 mensais. Já no ESF, são 56 funcionários, cuja folha é de R$235 mil ao mês. Eles estão sem receber e alegam que estão com dificuldades até para colocar comida na mesa.
O presidente da Irmandade, Miguel Ribeiro, alega que não tem como pagar os trabalhadares, pois não tem dinheiro em caixa e depende dos repasses da Prefeitura, que não foram feitos.
De outro lado, o prefeito de Birigui disse que aguarda pareceres técnicos e jurídicos para verificar se há legalidade na continuidade dos repasses para a OSS (Organização Social de Saúde) Irmandade Santa Casa de Birigui, que perdeu o certificado de regularização cadastral do Estado, teve os repasses estaduais cortados e está com apontamentos do Tribunal de Contas do Estado em todos os convênios, após a deflagração da Operação Raio X, que investiga desvios de recursos da saúde por meio de contratos entre OSSs e Prefeituras.
A reportagem enviou e-mail à Prefeitura questionando como ficará o atendimento à população e se há previsão de repasse para o pagamento dos funcionários. A resposta será colocada nesta matéria assim que o município enviar o seu posicionamento.
Calamidade pública
Na quinta-feira (21), o prefeito Leandro Maffeis (PSL) assinou um decreto municipal declarando estado de calamidade pública em Birigui por conta da crise na saúde. A decisão foi tomada devido à paralisação dos atendimentos eletivos nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde), serviço prestado pela OSS (Organização Social de Saúde) Irmandade da Santa Casa de Birigui.
Onze médicos que atuam nas UBSs suspenderam os atendimentos eletivos por causa do atraso nos salários, que deveriam ter sido pagos pela OSS. A irmandade alega que não recebeu os repasses da Prefeitura e que não tem recursos para fazer o pagamento.