O exemplo de boa ação do piloto e instrutor de paramotor Marcelo “Glider” Oliveira, de recolher sementes de ipês e jogar na área rural da cidade, as margens de córregos e também do ribeirão Baguaçu, em trechos desmatados, foi tema de reportagem publicada pelo Regional Press e jornal Folha da Região, e acabou viralizando chegando a países como Estados Unidos e França. A atitude do piloto já rendeu parceria com uma escola pública de Araçatuba e uma homenagem da Câmara dos Vereadores.
A reportagem foi publicada com exclusividade pelos dois veículos de comunicação nos dias 12 e 13 de outubro. Posteriormente o tema foi pauta de sites e emissoras de TV, inclusive de rede nacional. Nas redes sociais o assunto começou a se espalhar rapidamente chegando a outros países. Oliveira conta que todos os dias recebe pedidos de amizade no facebook e recebe mensagens parabenizando pela iniciativa, inclusive de outros países.
Ele utiliza o Google tradutor para entender mensagens que chegam em outros idiomas. E como a brincadeira “telefone sem fio”, em alguns lugares o assunto chegou distorcido, como uma postagem que ele viu feita na França, dizendo que ele usa o paramotor para ajudar a reflorestar a Amazônia.
Teve dias que, segundo ele, o celular chegou a “bugar” de tantas mensagens que chegavam ao mesmo tempo. “Nunca imaginei que teria tanta repercussão”, disse ele, explicando que o fato de juntar sementes que varria na rua para jogar durante seus voos, foi uma atitude para tentar fazer a sua parte e colaborar com o meio ambiente.
Naturalmente as sementes de ipê são leves e tem uma película protetora que funciona como uma hélice, fazendo com que o vento as leve a longas distâncias. Jogando do alto sobre áreas desmatadas, Oliveira acredita que parte do seu trabalho terá resultado.
Após publicação das reportagens, um biólogo o procurou dando a dica de revestir as sementes com argila, porque a chance de geminar aumenta muito, inclusive e períodos sem chuvas.
PROJETO
A esposa de Oliveira, Márcia da Silva Moraes, é professora na escola municipal Silene Maria Barreto, no bairro São Rafael. Ela foi procurada pela professora Amilza Carla de Matos para desenvolverem um projeto envolvendo a iniciativa do marido, Marcelo Glider.
O projeto que será desenvolvido na escola consiste em uma palestra do piloto às crianças, contando sua história e a importância deste trabalho para o meio ambiente. Depois as crianças vão ajudar a fazer o revestimento das sementes com argila e no dia em que o piloto for lançar as sementes, a ideia é escolher um local de fácil acesso para que as crianças possam acompanhar.
Amilza já vinha desenvolvendo um trabalho prático de conscientização junto às crianças, com plantio de árvores junto as crianças, no interior da escola. Ela disse que este é um importante trabalho na conscientização das crianças, que já crescem com esta percepção da importância das árvores para o meio ambiente.
HOMENAGEM
Oliveira também está sendo homenageado pela Câmara dos Vereadores com um Voto de Aplauso pela iniciativa. O projeto de lei é do vereador Alceu Batista de Almeida Junior, que viu a reportagem e decidiu homenagear o piloto e instrutor, que vem sendo um exemplo para a sociedade, em uma época em que os cortes de árvores vem sendo tão questionados e combatidos.
A REPORTAGEM
A reportagem que viralizou conta a história de Marcelo Glider, como é mas conhecido. Com o objetivo de tentar dar a sua colaboração ao meio ambiente durante a prática de seu hobby, o paramotor, que também é sua profissão, o piloto, construtor e instrutor vem esparramando sementes de ipê às margens do ribeirão Baguaçu e córregos da zona rural de Araçatuba.
Oliveira explicou que perto de sua casa, no bairro São Rafael, existem vários pés de ipês, e nesta época do ano, a rua fica cheia de sementes. Ele vai juntando as sementes em sacos, e quando sai aos finais de semana para voar, sobrevoa as margens do Baguaçu e córregos da cidade, jogando as sementes em área onde percebe que não há vegetação.
Ele disse que é como se as sementes estivessem sendo espalhadas naturalmente, por isso acredita que parte do seu trabalho não será perdido. Para jogar as sementes ele passa voando mais baixo para tentar fazer com que as mesmas caiam nas áreas onde não há vegetação intensa. (Com: Folha da Região)