Um dia após a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) emitir comunicado de que irá punir os postos que praticarem preços abusivos na esteira da crise do petróleo, os revendedores de Araçatuba reajustaram os valores da gasolina e etanol. O aumento chega a R$ R$ 0,40 por litro.
O litro do derivado do petróleo está sendo vendido entre R$ 4,349 e R$ 4,399. Já o do etanol, entre R$ 2,749 e R$ 2,799. Antes da alta, o consumidor pagava entre R$ 3,889 e R$ 4,299 pelo litro da gasolina, e de R$ 2,339 a R$ 2,499 pelo do etanol.
Consumidores relataram a alta de preços ao Regional Press, após a crise do petróleo provocada pelo ataque à petroleira Saudi Aramco, na Arábia Saudita.
A prática de aumento de preços, no entanto, vai na contramão da decisão da Petrobras de elevar os preços dos combustíveis nas refinarias, até porque a produção na Arábia Saudita já foi restabelecida e os preços do petróleo estão estáveis.
No Brasil, os preços são livres, mas segundo a ANP, não há motivos para o aumento, uma vez que não há riscos de faltar petróleo no País.
De outro lado, para justificar o aumento em Araçatuba, os revendedores falam em fim de promoções, reajustes das distribuidoras e até dificuldade para comprar etanol.
Um posto da Aviação que comercializava o litro da gasolina a R$ 4,199, passou a vender a R$ 4,399, alta de 4,7% Já o etanol passou de R$ 2,499 para R$ 2,799, aumento de 12%.
Outro revendedor, na Waldir Felizola de Moraes, vendia a gasolina a R$ 4,299 e passou a comercializar a R$ 4,399. O etanol, por sua vez, passou de R$ 2,499 para R$ 2,799.
ETANOL
Os valores do etanol subiram a reboque da crise do petróleo. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço do etanol hidratado apontou R$ 1,784 por litro, 1,83% a mais do que na última sexta-feira (13).
Segundo o Cepea, a alta deve-se a uma expectativa de aumento de consumo do etanol, diante de possível aumento da gasolina.
Para a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única), porém, a alta do etanol é um movimento normal de mercado, justificado pela demanda aquecida.
CONSUMIDOR
A ANP orienta o consumidor a denunciar ao Procon, caso constate prática abusiva de preços. A Agência Nacional informou, ainda, que está atenta aos preços praticados e que faz ações de campo para confirmar suspeita de preços abusivos, em conjunto com o Procon, para penalizar os infratores.