A pequena Geovanna Guilem, oito anos, está em busca de um doador de medula óssea para combater a leucemia. Segundo os exames de sangue realizados, os pais, Reinaldo Guilem, de 39, e Paula Ribeiro, 26, não são compatíveis com as células da filha. Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), as chances de compatibilidade entre irmãos de mesmo pai e mesma mãe é de 30%. A medula óssea é um tecido encontrado no interior dos ossos e tem como principal função fabricar as células sanguíneas.
De acordo com o tio da criança, Renato Alves, de 37 anos, após descobrir a situação, os pais ficaram abalados com a saúde da menina e estão buscando diversas formas de buscar ajuda. “Foi realizado um bingo no bairro Barra Bonita, em Alto Alegre, onde reunimos 3000 pessoas que querem ajudar a Geovanna”, relatou o tio.
Geovanna e os pais são de Alto Alegre, enquanto Renato mora em Clementina, cidades localizadas na região de Penápolis, onde a jovem busca ajuda. Alves explicou como foi descoberta a situação de sua sobrinha há alguns meses atrás.
“Tudo começou com um braço quebrado, que a Geovanna fraturou após cair do balanço. Nessa queda, ela também machucou a coluna. Após tratar os ossos quebrados, ela começou a sentir dores na perna e, após os exames feitos, foi constatado que ela estava com leucemia”, esclareceu Alves. Desde então, Geovanna luta contra a doença.
Para ser um doador, o interessado deve comparecer em qualquer hemocentro para entrar no cadastro de doadores voluntário, o Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea). No local, são retirados 10 ml de sangue para avaliação laboratorial, onde será possível constatar a compatibilidade entre o paciente e o voluntário.
COMO É FEITO
A doação de medula óssea é um procedimento onde os médicos substituem a celular doente por outra saudável, reconstituindo o tecido doente e deixando-o saudável. O procedimento é de rápida recomposição e feito em um centro cirúrgico, onde o doador ficará durante um dia para realizar a transferência. A retirada da medula é rápida, com duração de, aproximadamente, 90 minutos.
Existem dois tipos de transplantes, o autólogo, onde o tecido é retirado dos ossos do próprio paciente, e o alogênico, quando é necessário buscar a célula de um doador. Os transplantes autólogos são utilizados em casos de doenças que não possuem origem na medula do doente enquanto os alogênicos necessitam de um tecido vindo de outra pessoa. O caso de Geovanna há a necessidade do transplantes por métodos alogênicos.
A medula é retirada da região da pelve e possui tempo de 15 dias para se recompor, podendo ter dores leves na bacia, no local de onde a célula foi retirada, podendo combater o desconforto com analgésicos. Os doadores de medula costumam voltar as suas atividades rotineiras depois de passar uma semana do transplante.
É necessário possuir entre 18 e 55 anos, estar em bom estado de saúde, não possuir doenças infecciosas que são transmitidas pelo sangue, como hepatite, por exemplo, e não deve ter histórico de doenças neoplásicas (câncer), hematológica (no sangue) ou autoimune, que afetam o sistema imunológico. (Folha da Região)