Acomodado na casa de seus pais, o guarda civil municipal Diego Hideo Oda, 33 anos, se recupera do trauma que viveu naquela noite fria de 18 de julho, quando foi baleado por um homem, em uma tentativa de assalto a uma padaria, na rua Bolívia, em Araçatuba. Tentando seguir em frente, como ele mesmo diz, seu desafio, agora, é voltar a sentir os movimentos das pernas, já que um dos tiros que levou atingiu sua lombar.
Nesta quarta-feira (31), Oda passou por consulta com o neurocirurgião Rodrigo Mendonça, que prescreveu uma medicação para estimular a medula do jovem guarda municipal. Cada ampola custa R$ 280,00 e serão necessárias 33 para completar a primeira fase do tratamento, um custo total de R$ 9.240,00.
Sensibilizados, os amigos deram início a uma campanha pela internet para arrecadar recursos e possibilitar a compra do medicamento, já que, sozinho, Oda não tem condições de comprar a medicação (Veja como ajudar abaixo).
TRAUMA RECENTE
Em conversa com a reportagem do Regional Press, o guarda municipal disse estar tentando manter a tranquilidade para se recuperar. Conforme ele, o médico disse que não pode afirmar nada, por enquanto, sobre a sua recuperação, porque o trauma está muito recente e o local da lesão ainda está em processo inflamatório.
“Faz só 14 dias que tudo aconteceu e esse processo inflamatório só deve passar em 45 dias, segundo o médico”, explicou Oda, que já passou por duas cirurgias, uma na coluna e outra no dedo indicador esquerdo, também atingido pelo disparo da arma do homem que tentava assaltar a padaria onde o guarda se encontrava.
Aparentemente tranquilo, Oda se recupera das duas cirurgias a que fora submetido e precisa de curativos diários. O dedo indicador esquerdo deve passar por nova cirurgia, após se recuperar do processo inflamatório provocado pela lesão.
No caso da coluna, a medicação prescrita para estimular a medula é uma esperança para que ele volte a sentir os movimentos das pernas, mas se não apresentar resultado em 33 dias, o tratamento deverá ser suspenso.
NA CASA DOS PAIS
Casado, mas sem filhos, Oda decidiu passar os dias de convalescença na casa dos pais, já que sua esposa trabalha e ele não pode ficar sozinho. Sua rotina tem sido ir ao médico, de ambulância, e fazer exames, mas ele não reclama. “Tento seguir em frente para não ter problemas psicológicos”, afirmou.
A rotina, no entanto, o deixa muito cansado. “Meu corpo ainda não está 100%, diz Oda, que já foi campeão de natação na adolescência.
OS TIROS
Sobre a tentativa de assalto na padaria, ele diz que tinha acabado de sair do banheiro quando o desempregado Kevin Batista ficou de frente com ele. Visivelmente alterado e assustado, com a arma em punho, o homem não deu ouvidos a Oda, que se passou por funcionário do estabelecimento e disse que o expediente havia se encerrado.
“Eu ergui a mão, falei que já tinha fechado o caixa e ele atirou contra mim”, contou ele, que completará quatro anos de guarda municipal em março do ano que vem e nunca havia passado por situação semelhante.
Ele contou que ficou consciente o tempo todo, durante e após o socorro do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), e agradece o apoio que vem recebendo dos amigos da Guarda Municipal e de toda a cidade. “Estou recebendo muito apoio e agradeço a todos”, disse.
O CRIME
A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) esclareceu o crime um dia depois. Os irmãos Kaio Batista, 23, e Kevin Batista, 22, confessaram que foram à padaria para cometer um assalto. Kaio dirigiu o carro que os levou até lá.
Kevin, por sua vez, que já tinha passagem por assalto, foi o autor da tentativa de latrocínio. Depois da ação, os dois fugiram sem levar nada, mas foram detidos pela polícia um dia depois e permanecem presos.
AJUDA
Quem puder ajudar na campanha feita por amigos de Oda para comprar o medicamento de que precisa, pode fazer um depósito de qualquer valor na conta abaixo:
Favorecido: Diego Hideo Oda
Banco: Santander
Agência: 0008
Conta corrente: 010449235