O Ministério Público cobrou da Prefeitura de Pereira Barreto (SP) e do Estado o fim da fila na saúde pública para a realização de exames e outros procedimentos. As longas filas para atendimento e exames de diferentes especialidades, juntas, somam mais de 5 mil pacientes.
Entre as especialidades para fazer uma consulta, as maiores filas são neurologista, com 655 pacientes, otorrinolaringologista, 578, e dermatologista, 480 pessoas. Os pacientes esperam mais de um ano e meio pela visita ao médico.
Já entre os exames, a demora mais longa é para a cintilografia e ressonância, com média de dois anos.
Por causa disso, uma ação civil foi proposta e nela o MP pede que o município e o Estado zerem em até 90 dias as filas da saúde, sob pena de multa diária de R$ 1 mil para cada paciente não atendido.
O Ministério Público também quer que o Estado e o município elaborem em 30 dias um plano de ações detalhado por especialidade médica e cronograma para atender os pacientes nos próximos três meses, sob pena de multa diária de R$ 5 mil.
“O objetivo da ação é assegurar um atendimento mais rápido aos pacientes para que a demora não prejudique o tratamento ou mesmo dificulte a chance de cura”, afirma o promotor Rafael Fernandes Viana.
A auxiliar de escritório Sandra Siebra convive com um problema que incomoda bastante desde a infância. Ela tem uma perfuração no tímpano do ouvido direito e para fazer a cirurgia de correção ficou na fila do SUS por seis anos. Na última consulta a resposta nada animadora.
“Eles me retornaram dizendo que não tinham como fazer a cirurgia porque não havia referência de cirurgia para fazer o procedimento”, afirma.
A cuidadora de idosos Rosana de Assis Ferreira é outra que está longe de passar pelo atendimento que precisa. A espera por uma consulta com um vascular já dura um ano e dois meses. “Cada dia mais que passa só estou piorando, porque dos dedos o problema já subiu para a perna”, afirma.
Tanto a prefeitura de Pereira Barreto quanto o Departamento Regional de Saúde informaram que ainda não foram notificados sobre a ação civil pública. A prefeitura também falou que tem feito mutirões de exames para diminuir as filas.