A esperança de uma vida melhor surgiu com a oportunidade de se mudar da Venezuela para o Brasil. A família Madriz mora hoje em Birigui, no interior de São Paulo, e conta que com a crise econômica não havia outra alternativa a não ser deixar o país.
“Aí vem a dificuldade com uma fila de sete horas para pegar um alimento. Isso era muito difícil. Era muito tempo para pegar um pacote de arroz”, lembra o refugiado David Alexander Madriz.
Eles vieram para o Brasil em dezembro do ano passado depois que a filha Daniela sugeriu a mudança, já que ela sempre foi apaixonada pelo país. Agora, ela está animada para retomar os estudos no ensino médio, que começou em Roraima, onde morou por 9 meses.
O restante da família não vê a hora de conseguir um novo emprego. “Um emprego estável para trabalhar, que seja em uma fábrica de sapatos em primeiro lugar. E mais adiante eu tenho o sonho de montar uma empresa”, afirma o filho mais velho da família, David Alejandro Madriz López.
A mudança para Birigui foi possível com ajuda da mesma igreja que os acolheu em Roraima. Eles ganharam as passagens, o aluguel da casa onde moram, móveis, roupas e já até começaram ter orientações profissionais.
“Eles tiveram cursos que a igreja fornece, dicas de como preencher o currículo e agora contamos com a colaboração dos empresários da cidade para encaixa-los no mercado de trabalho”, explica Rodrigo Cruz, que é o presidente regional da igreja.
A família da engenheira química Yoneidys também encontrou em Birigui a chance de um recomeço. Eles tinham uma fábrica de iogurtes, mas fecharam quando começou a faltar matéria prima.
Sem perspectivas na Venezuela, eles decidiram mudar de país há cerca de dois meses com a esperança de um futuro melhor.
“Aqui a economia é estável, dá para ir ao mercado para comprar um biscoito ou outra coisa que você deseja. Eu gosto”, afirma o pequeno Benjamín, de apenas 12 anos.