Um guarda municipal que atua como agente de trânsito pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana está sendo acusado pelo próprio irmão, um vendedor de 42 anos que mora no bairro Umuarama, em Araçatuba, de ir até a casa dele armado, com a moto que é uma viatura de trabalho, para fazer ameaças por causa de problemas financeiros familiares. O caso aconteceu na manhã desta segunda-feira, terminou em vias de fato e acabou gerando dois boletins de ocorrência no plantão policial.
O primeiro boletim de ocorrência foi registrado na segunda-feira às 10h10 pelo guarda municipal, que esteve acompanhado de uma filha. A moça disse que ao passar em frente a casa de sua avó (mãe do guarda), foi informada pela idosa, de 80 anos, que ela estava sem ter o que comer e que o dinheiro dela estava sumido.
Neste momento o vendedor que, o outro filho da idosa e tio da testemunha, chegou na residência e disse que ele estava com o cartão da mãe, porque era ele quem estava cuidando dela. A moça e o vendedor passaram a discutir, quando ela ligou para seu pai, que é o guarda municipal que estava em serviço e foi até o local com a moto oficial.
De acordo com o guarda, assim que chegou seu irmão passou a agredi-lo com socos e chutes, inclusive acertando um soco em seu olho esquerdo e atingindo sua mão direita, causando lesões. O guarda disse que apenas se defendeu das agressões, pegou a moto e deixou o local. No boletim de ocorrência o guarda representou criminalmente contra seu irmão, acusando-o de lesão corporal dolosa.
Às 13h30 o vendedor procurou o plantão policial para registrar um boletim de ocorrência por ameaça contra seu irmão, o guarda municipal. Na versão do vendedor, ele estava em frente a casa de sua mãe dentro do carro dela, acompanhado de sua esposa. De repente eu irmão chegou fardado, armado e com a moto de trabalho. Aparentando estar muito nervoso, ele foi em direção ao vendedor, passando a ofendê-lo e na sequência começou a agredi-lo com socos.
O vendedor disse que como estava com cinto de segurança, teve dificuldade para se soltar e se defender das agressões. Ele também afirma que não conseguia sair do carro porque o irmão estava empurrando a porta, e precisou sair pelo lado do passageiro. O vendedor disse que ao sair do carro, continuou sendo ameaçado e seu irmão fez menção de sacar a arma do coldre, sendo contido pela própria filha, que estava no local e dizia “Para pai”.
As imagens feitas pela esposa do vendedor também mostram o momento em que ele sai do carro pela porta do passageiro. Em outro momento é possível ouvir o áudio de uma vizinha pedindo para o guarda parar com aquilo por que ele iria perder a razão, quando ele responde, “a senhora viu o que eles está fazendo? Ele é meu irmão senhora”. Na sequência o vendedor diz, você está fardado, tira a farda e vem aqui que a gente conversa”. Depois o guarda vai embora.
No boletim de ocorrência, o vendedor diz que em determinado momento seu irmão chegou a jogar a moto contra ele na tentativa de atropelá-lo. Ao Regional Press, o vendedor afirma que os problemas começaram depois que ele registrou um boletim de ocorrência devido ao sumiço de R$ 47 mil da conta de sua mãe, que tem 80 anos. Além de saques diários no valor de R$ 1.500, o vendedor disse que havia pagamento de restaurantes e oficina mecânica, e que neste período o cartão estava em poder de seu irmão.
Ele ainda disse que está recebendo ameaças por whatsapp, com imagens de coisas relacionadas a macumbaria aliadas à sua família, inclusive com imagens de caveira, que ele relaciona a morte.
PREFEITURA
A reportagem do Regional Press enviou questionamento do caso à prefeitura que respondeu por meio de uma nota via assessoria de imprensa. “A denúncia, já recebida pela ouvidoria da Secretaria de Segurança, será enviada para a Corregedoria da Prefeitura de Araçatuba. Nesta esfera, será avaliada a necessidade de abertura de averiguação interna para apurar a gravidade dos fatos. Todo servidor municipal está sujeito a receber punições que variam de uma advertência à exoneração. Não há prazo para os trâmites necessários.”