Os 11 vereadores de Valparaíso, a 45 quilômetros de Araçatuba, decidem nesta sexta-feira, às 13h, se irão cassar ou manter no cargo o prefeito Roni Ferrareze. Ele foi denunciado pelo ex-secretário de Indústria e Comércio, e também de Administração, Edson Jardim Rosa, o Edinho, conforme reportagem publicada com exclusividade pelo REGIONALPRESS, no dia da denúncia, em novembro do ano passado.
Edinho protocolou a denúncia no Legislativo, junto a um arquivo com gravações de áudio, onde ele afirma que havia sido convidado a fazer parte de um esquema para supostamente fraudar licitações visando lucros próprios a ele, ao prefeito e ao então chefe de gabinete, Gustavo Tonani.
Uma comissão composta pelos vereadores Alexandre Pereira, o Xandy, Gugu Euripedes Alvarez e José Carlos Pereira, estava trabalhando para apurar as denúncias. O relator, Xandy, contou à reportagem do REGIONALPRESS que por dois votos a um a comissão decidiu pela cassação do prefeito. Apenas o vereador José Carlos foi contra. Agora os vereadores vão votar se acatam ou não o relatório.
Dos 11 vereadores, será necessário a aprovação de 2/3 (oito) para que o prefeito seja cassado. Se essa for a decisão do Lesgislativo, Roni Ferrareze será afastado imediatamente do cargo. Só caberá recurso judicialmente e ele só retornará ao comando do executivo se conseguir uma decisão por liminar.
A reportagem do REGIONALPRESS apurou extra-oficialmente que pelo menos oito vereadores já se manifestaram a favor da cassação. Xandy revelou que durante os trabalhos da comissão, as quatro pessoas que aparecem nas gravações apresentadas pelo denunciante foram interrogadas.
São elas o prefeito, o próprio denunciante, o então chefe de gabinete Gustavo Tonani e uma funcionária do departamento de compras da prefeitura, identificada no áudio com Val. O relator disse que durante os depoimentos ficou evidente as contradições em torno do mesmo assunto, o que evidenciou à comissão que o denunciante realmente tinha razão do que estaria denunciando.
ENTENDA O CASO
O ex-secretário Edinho protocolou a denúncia no Legislativo, junto a um arquivo com gravações de áudio, onde ele afirma que havia sido convidado a fazer parte de um esquema para supostamente fraudar licitações visando lucros próprios a ele, o prefeito e o chefe de gabinete, Gustavo Tonani, que já não trabalha mais na prefeitura.
Na ocasião, o prefeito disse que os áudios entregues não estariam na íntegra, e que houve uma forma errônea de interpretação, sendo que uma das afirmações que ele menciona, seria pelo fato de Edinho não estar satisfeito no cargo que ocupava, e como empresário, ele poderia ter mais rentabilidade frente aos seus negócios do que na prefeitura, mas que em nenhum momento a alegação foi com relação a fraudes em processos licitatórios ou algo parecido, como fora mencionado.
O caso ganhou muita repercussão na cidade após divulgação nas redes sociais, dos áudios gravados por Edinho, durante conversas com o prefeito, o chefe de gabinete e até com uma funcionária da prefeitura, onde, de acordo com a denúncia, é sugerido a ele participar de esquema para fraudar licitações.
O prefeito, em suas explicações, disse ainda que estranha a mudança repentina do posicionamento político de Edinho, que inclusive é presidente de seu partido, o PV, e recentemente se aliou ao vice-prefeito, com o qual está rompido desde o primeiro semestre, e agora enviou a denúncia ao Legislativo.
A denúncia de Edinho é para apuração de possível crime de responsabilidade e cometimento de infrações político-administrativas.