Estudantes do curso de odontologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista) se organizaram para receber o governador Geraldo Alckmin com um manifesto na tarde desta terça-feira em Araçatuba. O objetivo era chamar a atenção e pedir aumento de repasse de verbas para manutenção do curso, que está, segundo eles, enfrentando problema com a falta de materiais, o que compromete a estrutura financeira de alguns acadêmicos.
O presidente do diretório acadêmico, Heitor Pinhata Cecílio, explicou que foi um manifesto pacífico e apolítico para chamar a atenção do governador com relação a um problema enfrentado por eles. “Nós nos deparamos com alguns manifestantes de grupos políticos que tentaram se juntar ao nosso movimento, mas o nosso tinha outro caráter”, explicou o acadêmico.
Um grupo grande de universitários aguardavam o governador em frente ao AME (Ambulatório Médico de Especialidades), onde o governador veio para acompanhar um mutirão de cirurgias de catarata. Eles estavam co cartazes, megafone e instrumentos de percussão. No entanto, Araçatuba era a segunda pauta da agenda do governador, depois de Penápolis, mas ele acabou invertendo as agendas, seguindo para Bento de Abreu, ao invés de ir ao AME.
Assim que souberam que Alckmin não viria a Araçatuba, os estudantes começaram a vaiar e em coro, gritar “covarde”. A explicação da assessoria do governador era a de que a agenda estava com atraso, e que isso ocorreu por conta do tempo na capital paulista. No entanto, informações extra-oficiais eram a de que houve apenas uma inversão na agenda para que Alckmin não encontrasse o grupo de manifestantes, tanto que no final ele passou por Araçatuba, depois que o grupo havia se dispersado.
Parte dos estudantes acabou indo embora enfraquecendo o manifesto. Um grupo menor continuou em frente ao AME e acabou encontrando o governador, que cumpriu em Araçatuba sua última agenda do dia na região. No final ele conversou com os estudantes e ficou de avaliar o caso e discutir pessoalmente com a reitoria da Unesp.
Quando ainda estava em Penápolis ele deu entrevista à imprensa e disse que quase 10% do ICMS é destinado a universidades estaduais, incluindo a Unesp, e que as reitorias têm livre poder de administração dos recursos. Ele ainda destacou que vai verificar e apurar o que está ocorrendo para ocasionar essa falta de materiais denunciadas pelos alunos.
De acordo com o presidente do diretório, devido à falta de recursos para a Unesp, está havendo falta de materiais para estudo em uma universidade que nunca cobrou nada dos alunos. De acordo com ele, apenas em uma matéria a Unesp está pedindo uma verba de R$ 50 mil para dividir entre 80 estudantes, caso contrário não haverá materiais para as aulas.
Ele disse que a maior preocupação é que muitos universitários não tem de onde tirar esse dinheiro para comprar os materiais que sempre foram fornecidos pela instituição, e isso pode acabar provocando uma queda na qualidade do ensino. Heitor Cecílio conseguiu entregar em mãos ao governador uma carta com as reivindicações, e ouviu da autoridade do executivo estadual que o caso será analisado.
O governador esteve na região nesta terça-feira para cumprir três agendas. Em Penápolis entregou um pacote de obras de melhorias realizadas na SP-419, com investimento de R$ 64,6 milhões, e inaugurou uma unidade do programa Creche-Escola.
Em Bento de Abreu assinou convênio para reforma e adequação do Centro de Lazer do Trabalhador e em Araçatuba acompanhou o mutirão de catarata no AME, que tem previsão para atender 461 pessoas.