Resumo da notícia
- O presidente argentino Javier Milei anunciou a saída da Argentina da Organização Mundial da Saúde (OMS), alegando “divergências profundas” sobre a gestão da pandemia e em defesa da soberania nacional.
- O governo argentino acusa a OMS e a administração anterior de Alberto Fernández de impor um confinamento excessivo e de sofrer influências políticas externas.
- A decisão ocorre pouco depois de Donald Trump retomar o processo de retirada dos EUA da OMS, repetindo críticas feitas em seu primeiro mandato.
Governo Milei retira Argentina da OMS após críticas à pandemia
O governo da Argentina, liderado pelo presidente ultraliberal Javier Milei, anunciou nesta quarta-feira (5) que deixará a Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo o porta-voz presidencial, Manuel Adorni, a decisão foi tomada por “divergências profundas” com a entidade sobre a gestão da pandemia de covid-19 e em nome da soberania nacional.
Adorni afirmou que a Argentina responsabiliza a OMS e o governo anterior, de Alberto Fernández (2019-2023), pelo que chamou de “confinamento mais longo da história da humanidade”. Além disso, acusou a agência da ONU de sofrer influência política de alguns países. “Os argentinos não vão permitir que uma organização internacional intervenha na nossa soberania e muito menos na nossa saúde”, declarou o porta-voz.
O governo argentino destacou que o país não depende de financiamentos da OMS para a gestão da saúde pública, o que impediria impactos diretos na prestação de serviços médicos. Pelo contrário, segundo Adorni, a saída da organização daria ao país “mais flexibilidade para implementar políticas adaptadas ao contexto e aos interesses que a Argentina exige”.
A decisão da Argentina ocorre logo após Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, retomar o processo de retirada de seu país da OMS. Durante seu primeiro mandato, em 2020, Trump já havia tentado romper com a organização, alegando má gestão e acusando-a de ser controlada pela China. No entanto, a saída foi revertida pelo democrata Joe Biden assim que assumiu a presidência. Agora, com Trump de volta ao poder, ele retomou o processo de desligamento, citando desproporção nas contribuições financeiras entre EUA e China.