A crise hídrica provocada pela forte seca que assola a região Noroeste de São Paulo levou a uma redução acentuada dos níveis do Ribeirão Baixotes, principal fonte de captação de água de Birigui, responsável pelo abastecimento de 60% do muncípio. Por causa disso, a Prefeitura criou um Comitê Crise para a elaboração de um plano de contingência que inclui a decretação de estado de emergência, empréstimo de caminhões-pipa e uma campanha para o uso consciente de água.
Não bastasse a seca, que reduz o nível dos recursos hídricos, as altas temperaturas e as queimadas, que provocam um aumento no consumo de água, outro fator influencia na queda do nível do Baixotes. Um dos principais afluentes do Rio Tietê, com mais de 30 km de extensão, o ribeirão enfrenta mais de cinco pontos de irregulares de irrigação, ou seja, a água é captada para a produção agrícola sem a devida outorga ou autorização, o que configura crime ambiental e agrava ainda mais a crise.
Denúncia de irrigações irregulares
O caso já foi denunciado pelo Prefeito ao DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) e à Polícia Ambiental. Para se ter uma ideia do problema, o prefeito de Birigui, Leandro Maffeis (Republicanos, citou em uma live transmitida no Facebook, que somente uma das irregulares tem vazão de 250 metros cúbicos por hora, mais da metade do que a vazão do Poço Profundo Nove de Julho, de Birigui, que tem vazão de 400 metros cúbicos/hora.
Devido à seca severa, das três bombas que o Baixotes possui para a captação de água, apenas uma está trabalhando e com apenas 50% da sua vazão. “Se o ribeirão secar, não teremos mais de onde tirar água”, afirmou o prefeito. Além do Baixotes e do Poço Nove de Julho, Birigui tem, ainda, o Poço Profundo do Silvares.
Caminhões-Pipa
Sem previsão de chuva para setembro e com os níveis críticos do Baixotes, a Prefeitura passou a abastecer as escolas da cidade com caminhão-pipa e solicitou aos municípios vizinhos o empréstimo de outros caminhões, pois Birigui possui apenas dois. A ideia é utilizar estes veiculos para suprir o abastecimento nas áreas mais afetadas pela crise, como é o caso do Portal da Pérola e do Candeias, bairros localizados na parte mais alta da cidade.
A administração municipal informou que está monitorando “com extrema vigilância” a atual crise de abastecimento de água e instalou um Comitê de Crise, composto por representantes do município, para coordenar e implementar um plano de contigência abrangente.
Emergência
As iniciativas incluem a elaboração de um decreto de emergência, que será sumetido à validação dos governos estadual e federal, para assegurar a liberação de recursos e apoio adicional para enfrentar a crise, e também a parceria com empresários locais que possuem poços artesianos e estão colaborando com a Prefeitura para auxiliar na captação e distribuição de água.
Campanha Educativa
Outra ação é uma campanha educativa recém-lançada para sensibilizar a população sobre a importância da conservação da água, promovendo a economia e o uso racional dos recursos hídricos.
Em nota, o município destaca que a crise de abastecimento não é uma ocorrência isolada, mas um fenômeno que atinge todo o estado de São Paulo. “A Prefeitura Municipal está totalmente empenhada em buscar soluções eficazes e em colaborar com todos os atores envolvidos para minimizar os impactos da escassez hídrica”, diz o texto.