Neste sábado (14), o Brasil se prepara para testemunhar um espetáculo astronômico: um eclipse solar que poderá ser visto em todo o território nacional. No entanto, especialistas alertam para os graves riscos associados à observação inadequada.
Segundo o diretor da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, Sérgio Fernandes, a principal medida de segurança é a utilização do filtro de soldador número 14. “O sol emite, além de sua luz própria, raios infravermelho e ultravioleta. Sobretudo, o ultravioleta pode provocar queimaduras na retina que são permanentes”, explica o médico.
A tentação de usar métodos caseiros como radiografias, negativos de fotografia ou mesmo óculos escuros comuns para observar o fenômeno deve ser evitada a todo custo. O Observatório Nacional, ligado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, também endossa essa preocupação. O órgão reforça que dispositivos como celulares, chapas de raio x, câmeras ou telescópios, se não estiverem devidamente equipados com os filtros apropriados, podem causar danos irreparáveis à visão.
O perigo não é exagerado. Samira Ortega, de 35 anos, é um testemunho vivo dos perigos da observação desprotegida. Ela sofreu maculopatia solar, uma lesão na retina, após olhar diretamente para um eclipse. “Senti a vista embaçada, como se tivesse um borrão. Procurei um médico depois de algumas horas. Queimou as minhas retinas. No olho esquerdo tenho uma mancha até hoje”, compartilha.
Diante de uma exposição inadequada, é imperativo procurar imediatamente um oftalmologista. A consequência de uma queimadura na retina pode ser uma baixa visual marcante, e mesmo com tratamento, efeitos residuais, como pequenas manchas na visão, podem persistir.
Aos entusiastas, a recomendação é clara: proteja seus olhos. Se decidir observar o eclipse, faça-o de maneira segura, sempre intercalando a observação e usando os filtros adequados.