Um dia após o ataque em uma escola da capital paulista, dois bilhetes com ameaça de massacre foram encontrados na Escola Estadual Professora Nilce Maia Souto Melo, localizada na rua Honduras, Vila Industrial, em Araçatuba, nesta terça-feira (28).
O “recado” ameaçador estava escrito na porta dos banheiros feminino e masculino, com os dizeres: “Dia 4 de abril vocês vão ter uma surpresa. Já deixei bem claro no banheiro das meninas. ‘Massacre Dia 4 de Abril’. Vou esperar todos vocês na escola”, dizia um dos bilhetes, que tinha a assinatura de “André”.
Não é a primeira vez que isso acontece em uma escola estadual de Araçatuba. A colocação de bilhetes com ameaça de massacres ocorreu em pelo menos duas unidades escolares da cidade, no ano passado, mas nenhuma delas se concretizou.
Os pais dos alunos da escola Nilce Maia, que oferece os anos finais do Ensino Fundamental (do 6º ao 9º ano) e o Ensino Médio, estão preocupados, principalmente pelo bilhete ter sido escrito um dia após o ataque de um aluno de 13 anos em uma escola de São Paulo, que resultou na morte de uma professora de 71 anos e deixou alunos e professores feridos.
“A gente fica preocupada porque não sabe se é um brincadeira, ainda que de muito mau gosto”, afirma a autônoma Karina Alves de Almeida, que tem uma filha de 13 anos na unidade. Ela conta que a direção da escola chegou a chamar a polícia na manhã desta terça-feira (28) por causa do recado nos banheiros.
“Nem vou mandar minha filha para a escola no dia 4 de abril. A gente fica insegura com o que pode acontecer”, disse Karina.
A reportagem enviou um e-mail à Secretaria de Estado da Educação questionando que providências foram ou seriam tomadas em relação ao caso, mas ainda não houve retorno.
Outros casos
Em abril do ano ano passado, um bilhete afixado na Escola Estadual Professora Maria do Carmo Lélis, localizada na Rua Lions Club, no Morada dos Nobres, em Araçatuba, deixou pais e estudantes em pânico. O papel, apócrifo (sem autoria conhecida), dizia que haveria um massacre na unidade escolar no dia 13 daquele mês.
Por causa disso, policiais civis e militares acompanharam a entrada dos alunos naquele dia. As aulas ocorreram normalmente, mas muitos pais optaram por não mandar os filhos para a escola, com receio de que a ameaça se tornasse realidade.
Dias depois, no final de abril de 2022, houve nova ameaça, desta vez, na Escola Estadual Vaniolê Dionysio Marques Pavan, que fica no Planalto. Em uma das salas de aula, uma pichação, de autoria desconhecida, avisava que haveria um ataque no dia 3 de cada mês.
No mesmo período, outro caso de bilhete ameaçador mobilizou a polícia, mas em Valparaíso, gerando pânico entre pais e alunos.
Os casos foram registrados na Polícia Civil como não criminal e não se concretizaram.
Faca na mochila
Em Buritama, a diretora da Escola Estadual Oswaldo Januzzi encontrou uma arma branca na mochila de um aluno de 13 anos, que possui autismo, TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) e TOD (Transtorno Opositor-Desafiador).
A polícia foi acionada e conteve o jovem, que saiu da sala de aula alterado em direção à rua. Durante uma conversa com a equipe policial, o adolescente admitiu que levou a faca para matar um colega especial e todos na escola, afirmando que queria vê-los sofrer.
Diante dos fatos, o jovem foi levado à delegacia junto com um representante do Conselho Tutelar e a ocorrência foi registrada como apreensão de arma branca. A ação rápida da diretora e dos militares impediu uma possível tragédia.