Golpistas estão usando o nome da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para tentar roubar ou clonar dados de consumidores de telefonia fixa e móvel em Araçatuba (SP). Somente nesta segunda-feira (12), três moradores confirmaram ao RP10 que receberam a ligação de golpistas em telefone residencial e ou celular.
Em todos os casos, o argumento foi o mesmo. O golpista diz que é da Anatel, passa um número de protocolo e diz que a conversa está sendo gravada, como acontece no serviço convencional da Agência. Em seguida, o estelionatário diz que o consumidor tem um valor de R$ 800 a ser restituído por pagamento indevido de serviços e impostos e pede para que cliente indique um banco para o suposto pagamento.
Nas tetativas ocorridas em Araçatuba, os estelionatários não tiveram sucesso, pelo menos nesses casos que chegaram ao conhecimento do RP10. Os clientes disseram que iriam confirmar a informação na Anatel e o próprio golpista forneceu o número de telefone da Agência. Mas, em seguida, tentou convencer os clientes que as linhas estavam todas ocupadas devido ao excesso de ligações por causa da medida que supostamente determinou a devolução de dinheiro aos consumidores.
Duas clientes ligaram na Anatel e receberam a informação que tudo isso não passa de uma tentativa de golpe para roubar os dados dos clientes. O terceiro morador nem chegou a ligar na Agência e se negou a passar qualquer dado pessoal por telefone.
A Anatel alerta que não entrar em contato com usuários para informar sobre possível ressarcimento em dinheiro e nem atestar a qualidade de ligações telefônicas ou outros aspectos dos serviços de telecomunicações.
A agência diz ainda que não envia links por WhatsApp ou por SMS e também não dá prêmios. A Anatel orienta os consumidores a não informarem dados pessoais e recomenda a quem foi vítima da fraude registrar o caso na polícia.
De acordo com especialistas, essa tática de engenharia social visa conquistar a confiança da vítima para que ela forneça dados pessoais completos como endereço, número dos documentos de identidade, data de nascimento, cidade natal, nome de pai e mãe, escolaridade e outras informações para um cadastro completo da vítima.
Sem desconfiar do falso atendente, muitas vezes a vítima se sente prestigiada por ter algo a receber em dinheiro ou por ter sido considerada pelo prestador de serviço como um cliente especial. Porém, o conjunto de informações entregue pela vítima pode lhe provocar um grande transtorno futuro. Apesar de não ter fornecido dados financeiros, as informações pessoais completas possibilitam aos golpistas abrirem contas bancárias, solicitar empréstimos ou financiamentos sem que a vítima desconfie, por exemplo.
Leia Mais:
Justiça de São Paulo nega aborto legal de feto sem chance de vida
Rapaz que sofreu traumatismo craniano é deixado em pronto-socorro