Dois jovens atletas araçatubenses foram convocados para a seleção brasileira sub-17 de futebol. Riquelme Silva de Almeida e Felipe Lima, ambos com 15 anos de idade, estão concentrados na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), desde hoje (5), onde se preparam para a primeira disputa com a camisa verde e amarela, contra o México, no Torneio de Montaigu, na França, no dia 12 de abril.
Riquelme, que joga na categoria de base do Fluminense, no Rio, há cinco anos, foi convocado pela primeira vez para a seleção. A convocação foi na noite do último domingo (3), quando recebeu a ligação com a boa nova. Já Felipe, que joga hoje no Flamengo, veste pela terceira vez a camisa do Brasil e foi convocado, desta vez, no dia 18 de março.
Os dois atletas começaram praticamente juntos a jogar em Araçatuba. Primeiro, pelo América – Riquelme tinha cinco aninhos e Felipe, sete. Depois eles passaram pela escolinha do professor Queijinho, no bairro Novo Paraíso, onde suas carreiras ganharam destaque nos clubes nacionais. Felipe ainda jogou futebol de salão no Corinthians de Araçatuba.
O pai do meia-atacante camisa 10 da categoria de base do Fluminense, o pedreiro Luís Fernando Gomes de Almeida, está orgulhoso da conquista do filho Riquelme, nome dado em homenagem ao craque argentino, e lembrou das dificuldades enfrentadas para que o filho pudesse seguir brilhando no futebol.
“No começo, foi muito difícil. A minha esposa veio com ele para o Rio e eu ainda fiquei um ano em Araçatuba. Vim pra cá e fiquei desempregado, foi muita luta pra chegar até aqui. Só Deus sabe o que já passamos de dificuldades”, afirmou o pai orgulhoso.
Felipe Lima, que saiu de Araçatuba aos 12 anos para jogar no Atlético Paranaense, está há três anos na categoria de base do Flamengo, onde joga na posição de atacante e ponta-direita. No próximo dia 17, ele irá completar 16 anos, sendo 9 deles dedicados ao futebol.
Para o pai de Felipe, o professor de português Cícero Lima, apesar de ser a terceira vez que o filho vai para a seleção brasileira, a ficha ainda não caiu. “É sensacional, estamos todos emocionados demais, não conseguimos assimilar ainda”, afirmou, por telefone à reportagem do RP10. Como os dois atletas estão concentrados na Granja Comary, não foi possível manter contato com eles.
O técnico Wanderson Amâncio dos Santos, mais conhecido como Queijinho, que treinou os dois meninos quando crianças, está muito feliz com a conquista de seus ex-atletas.
“Desde a primeira vez que os vi jogando, sabia que estava com duas joias nas mãos. Eles sempre foram muito dedicados, competitivos e talentosos, se destacavam dos demais ainda crianças”, contou o técnico.
Queijinho disse, ainda, que Riquelme e Felipe sempre souberam o que queriam e, aos nove anos, falavam que seriam jogadores profissionais. “Fico muito feliz porque são meninos de duas famílias que vieram debaixo e estão conquistando os seus espaços no futebol profissional”, completou.
Segundo o técnico, os dois jovens atletas mantêm a humildade e, toda vez que vêm a Araçatuba, fazem questão de visitar a escolinha no Novo Paraíso, de onde saíram.
Felipe Lima ficou consternado com a perda de colegas no incêndio no Ninho do Urubu, em 2019
O atleta araçatubense Felipe de Almeida Lima, 15 anos, passou por um momento trágico em sua carreira. Ele tinha acabado de se apresentar ao Flamengo, aos 12 anos de idade, quando ocorreu o incêndio que tirou a vida de dez pessoas que estavam nos alojamentos do Ninho do Urubu, Centro de Treinamento do clube.
Felipe e outros atletas haviam sido dispensados do treino. porque uma forte chuva prejudicou o gramado, no dia 7 de fevereiro de 2019, por isso não estava no local.
Os atletas de outros estados que moram no CT do Flamengo não tiveram a mesma sorte e acabaram morrendo carbonizados com o incêndio, que atingiu o alojamento das caterias de base do time, em Vargem Grande.
O jovem jogador araçatubense havia mudado com o pai, Cícero, e a mãe, Fabiana, para a capital fluminense na mesma, depois de deixar o Clube Atlético Paranaense, onde jogou por um ano e sete meses.
Na época, eles acordaram com o barulho de helicópteros sobrevoando o Ninho do Urubu – a residência da família ficava bem ao lado -, mas não tinham ideia do que estava acontecendo. Ao saber da tragédia, a família ficou transtornada, assim como Felipe que perdeu, na tragédia, três amigos que haviam jogado com ele no Atlético Paranaense, Bernardo, Jedson e Vitor .