O trabalhador rural Adelmo da Silva Santos, de 45 anos, foi condenado a 16 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato do trabalhador rural Maurício Severino da Silva, 42, e pela tentativa de homicídio contra outro cortador de cana. Os crimes foram praticados em 21 de agosto de 2018 em um canavial na fazenda Ipê, zona rural de Santo Antônio do Aracanguá (SP), região de Araçatuba.
A defesa atuou com a tese de absolvição, desclassificação, legítima defesa e afastamento das qualificadoras. A tese foi rejeitada pela maioria dos jurados. O advogado que atuou na defesa foi Márcio Mantello, o juiz do caso, Danilo Brait e o promotor Adelmo Pinho.
O crime
Na ocasião, após um turno de trabalho, os envolvidos estavam sentados aguardando o transporte quando o acusado usou o próprio facão de cortar cana para golpear os colegas de trabalho. Adelmo foi atingido nas costas e no pescoço e morreu no local. O outro trabalhador, com 32 anos na época, foi ferido nas costas, mas conseguiu correr para dentro do canavial e escapar da morte.
O acusado foi encontrado um dia depois do crime pela Polícia Civil de Aracanguá. Desde então, ele permanece preso preventivamente no sistema prisional paulista.
O indiciado e as duas vítimas moravam no bairro Alvorada, em Araçatuba, e trabalhavam no corte de cana na região. De acordo com investigação ocorrida na época, os envolvidos trabalhavam no corte de cana de açúcar e haviam parado para descansar, ao final do expediente, junto com os demais trabalhadores.
Testemunhas disseram que, sem motivo algum, o acusado levantou-se e foi em direção a Silva, que estava de costas, e passou a golpeá-lo com o facão. A vítima foi atingida na parte de trás da cabeça e na lateral do pescoço, causando morte instantânea.
Outro trabalhador rural que estava com o grupo foi atingido nas costas com um facão, mas o ferimento não foi fatal. Com isso, ele conseguiu fugir.
Após ser preso escondido em um condomínio de ranchos, o acusado confessou os crimes e disse na polícia que praticou os crimes porque as vítimas teriam falado que ele era estuprador. Em juízo, o acusado disse que também havia sido ameaçado de morte pelas vítimas, tese refutada pelo trabalhador rural sobrevivente.