Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou a seus apoiadores nesta segunda(19) que pode desistir da eleições em 2022 caso não seja aprovada o voto impresso nas urnas eletrônicas. As informações são do R7.
“Olha, eu entrego a faixa para qualquer um se eu disputar eleição…”, deixou no ar Bolsonaro. “Agora, participar dessa eleição com essa urna eletrônica…”, completou, dando a entender que pode não concorrer à reeleição se não houver a mudança.
Bolsonaro disse ainda que os votos das urnas eletrônicas serão auditados dentro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), “de forma secreta” e “pelas mesmas pessoas que liberaram o Lula [ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva] e o tornaram elegível”.
O tema de “fraude nas urnas” é recorrente nas falas do mandatário. Em entrevista à uma rádio em Porto Alegre, o presidente afirmou que o seu lado “pode não aceitar o resultado” das eleições de 2022, e segundo ele, houve fraude nas eleições de 2014, onde a ex-presidente Dilma foi reeleita com 52% dos votos.
“Eles vão arranjar problemas para o ano que vem. Se esse método continuar aí, sem inclusive a contagem pública, eles vão ter problema, porque algum lado pode não aceitar o resultado., declarou Jair Bolsonaro.
“Esse lado obviamente é o nosso lado, pode não aceitar esse resultado. Nós queremos transparência. […] Havendo problemas, vamos recontar”, continuou Bolsonaro.
Mesmo já intimado pela Justiça, o presidente não apresenta provas das supostas fraudes. O ministro Gilmar Mendes chegou a dar um prazo para que o chefe do Executivo apresentasse provas de suas alegações.
Mas em uma de suas lives semanal, no começo do mês, Bolsonaro comentou sobre o tema: “apresento se eu quiser. Não tenho obrigação de apresentar prova pra ninguém”.
“O nosso levantamento aqui, né, o nosso levantamento, feito por gente que entende do assunto, que esteve presente lá dentro, acompanhou toda a votação, garante que sim [Aécio foi eleito]. E o que eu vi, eu não sou técnico em informática, mas o que eu vi, está comprovado, no meu entender, a fraude em 2014. O Aécio foi eleito em 2014”, disse.
Em seguida, o ex-senador Aloysio Nunes (PSDB), candidato à presidência como vice de Aécio Neves (PSDB) em 2014, rebateu em entrevista a Folha de S. Paulo, as falas de Bolsonaro. “A eleição foi limpa, nós perdemos porque faltou voto.”
À época, Dilma Rousseff teve 52% dos votos, enquanto Aécio Neves teve 48%. Segundo Aloysio Nunes, é “evidente que ele [Bolsonaro] não tem prova nenhuma, porque não houve fraude”.