O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) realiza, nesta quarta-feira, às 17h, uma manifestação contra a volta às aulas em Araçatuba, em decorrência da pandemia de Covid-19. O movimento tem o apoio do Sindicato dos Servidores Municipais de Araçatuba (Sisema).
Levantamento da Apeoesp aponta que houve 2.359 casos de infecção pelo novo coronavírus em 1.077 unidades escolares estaduais e municipais, com 69 óbitos, após a reabertura das escolas, no dia oito de fevereiro.
Em Araçatuba, as professoras Kátia Cruz e Judith Modena, assim como a educadora de creche Lourdes Carvalho, morreram após contraírem a doença. Até o dia três de março, a rede de ensino do município contabilizava 19 casos positivos em 14 diferentes escolas. Na escola estadual Luiz Gama, houve um surto da doença e precisou ser fechada.
No dia 18 de fevereiro, a Apeoesp declarou “greve sanitária” e, com o agravamento da pandemia, as aulas foram suspensas em março, quando o Estado de São Paulo entrou na chamada fase emergencial, devido ao aumento no número de casos, óbitos e internações, causando um colapso no sistema hospitalar.
Na última sexta-feira (9), o governo anunciou a volta dos alunos às escolas a partir desta quarta-feira (14), com a presença de 35% dos alunos em sala de aula. Em Araçatuba, o retorno está previsto para a próxima segunda-feira (19).
O secretário de administração da sede central da Apeoesp, Odimar Silva, afirma que objetivo da manifestação desta quarta-feira é sensibilizar as autoridades para que se adie a volta às aulas presenciais.
“Estamos vendo casos e óbitos no Estado inteiro. Nã há qualquer controle da pandemia e não é o momento de retomar as aulas. Nosso ato é para salvar a vida dos professores e dos alunos”, afirmou.
Vacinação
Nessa segunda-feira (12), teve o início da vacinação contra Covid-19 para os profissionais da Educação com 47 anos ou mais. “Os professores não estão se sentindo seguros, até porque a vacinação não é para todos e a primeira dose começou a ser aplicada ontem, ou seja, estes profissionais ainda não estão imunizados”, argumenta Odimar.
Para o presidente do Sisema, Denilson Pichitelli, o objetivo do movimento não é criticar o prefeito Dilador Borges (PSDB) nem a secretária municipal de Educação, Silvana Sousa e Souza. “O que nós queremos é que as autoridades se sensibilizem e adiem esta volta às aulas. Os profissionais da Educação estão muito receosos”, disse.
Percurso
Os manifestantes irão se concentrar na avenida Café Filho, às 17h. De lá, seguirão para a Pompeu de Toledo e avenida Brasília. O ponto de dispersão será a rodoviária. “Nossa manifestação será pacífica, tanto que todos deverão estar de branco”, observou.
Conforme Silva, não dá para prever quantos irão participar do protesto, mas, segundo ele, no grupo de whatsapp criado para organizar a manifestação, há 210 pessoas. Todos deverão seguir em seus carros, para não gerar aglomeração.