Após ser acusada de desacato por uma médica veterinária do Centro de Controle de Zoonoses de Araçatuba e ter sido alvo de uma nota de repúdio do diretório local do PSOL, a vereadora Cristina Munhoz (PSL) se pronunciou sobre a polêmica que virou caso de polícia neste fim de semana, tendo ela e o marido como acusados.
No fim de semana, uma médica veterinária do Centro de Controle de Zoonoses acionou a Polícia Militar e a Guarda Municipal afirmando ter sido intimidada pelo marido da vereadora, porque ambos queriam entrar no local mesmo estando fechado no sábado e apenas com funcionamento das atividades internas. Nesta terça-feira (30), o diretório do PSOL emitiu uma nota de repúdio contra a vereadora.
Na nota, o partido manifestou repúdio à conduta da vereadora durante a tentativa de visita ao Centro de Controle de Zoonoses. “O PSOL entende que é uma prerrogativa das vereadoras e vereadores a fiscalização do servidor público, mas tal prática deve estar dentro dos trâmites legais”, diz um trecho da nota.
Conforme o partido, ao levar o marido ao local e usá-lo para intimidações, por ser um policial militar aposentado, a vereadora desrespeita os servidores públicos da instituição, em especial a servidora que a recepcionou e estava ali apenas para exercer a função da qual é contratada.
“Manifestamos nosso apoio aos servidores do CCZ de Araçatuba, entendemos que toda e qualquer fiscalização deve ser feita com respeito ao funcionalismo municipal e repetimos, dentro dos limites da lei, não cabe a nenhuma vereadora ou vereador do município exercer a função da qual foram eleitos com base em intimidações”, diz a nota.
A veterinária disse que, na quinta-feira (25), a vereadora já tinha ido ao local e teve autorização para entrar e visitar todas as dependências da unidade. Ela diz que tem denúncias de maus-tratos, mas não explica quais seriam e nem se as encontrou.
Na sexta-feira (26), uma pessoa foi ao Centro de Zonoonoses em nome da vereadora e tentou pegar à força quatro filhotes de gatos que estão em fase de amamentação. A Polícia Militar foi acionada, conteve a pessoa e impediu que os filhotes fossem levados. Já no sábado (27), ela voltou com o marido e, apesar de o Centro de Zoonoses estar fechado, restrito apenas a atividades internas, o casal tentou entrar à força.
A veterinária relatou no boletim de ocorrência que a vereadora e o marido dela foram orientados de que não poderiam entrar, e eles disseram que queriam ver quem iria tirá-los de lá. Segundo a vítima, o marido da vereadora começou a gritar, disse que é policial aposentado e iria entrar de qualquer jeito, e partiu para cima dela.
A Polícia Militar e a guarda municipal foram acionadas. O marido da vereadora disse que iria colocar na internet e que iria no Ministério Público e em tudo que era órgão. Ele ainda se desentendeu com guardas municipais e com um sargento da Polícia Militar. A secretária municipal de Saúde, Carmem Guariente, foi informada dos fatos e também negou a entrada da vereadora.
Conforme o boletim de ocorrência, a vereadora e o marido dela foram embora quando os policiais chegaram ao local. Além do boletim de ocorrência na Polícia Civil, houve o registro de ocorrência policial militar e também pela guarda municipal.
Outro lado
Em entrevista ao Regional Press, a vereadora disse que a primeira vez que foi ao CCZ foi para averiguar o caso de um cachorro capturado na região central de Araçatuba. O animal estava sendo cuidado por moradores de um edifício e ela estava tentando levar o animal. Depois, ficou sabendo que havia sido encaminhado para o Centro de Zoonoses, onde foi sacrificado.
Cristina disse que apresentaram três exames do cachorro para leishmaniose. Um deles havia dado negativo. A segunda visita foi para apurar denúncia de que havia filhotes de gatos em situação de maus-tratos. Segundo Cristina, no sábado ela retornou ao local para pegar estes filhotes, que estariam sem os devidos cuidados. Ela entende que está tendo cerceados os seus direitos como vereadora, para fiscalizar o poder Executivo e suas repartições.
Sobre a nota de repúdio, Cristina diz que prefere nem comentar e atribui a diferenças de ideologias políticas. “Eu nem conheço esse pessoal e nunca falei com eles. Fizeram isso por diferenças em ideologias políticas”, finalizou.
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