O Governo Federal zerou o imposto de importação de pistolas e revólveres. A medida foi publicada no Diário da União e entra em vigor a partir de 1° de janeiro do ano que vem. Em Araçatuba, a Folha da Região apurou que notícia movimentou o seguimento, na região poucas são as empresas que atuam no ramo mas para quem está na área garante que o mercado está mais quente.
A Folha entrevistou o gerente e sócio da Falcon Armas Araçatuba, Guilherme Antonuzzi de Luca. O empresário saiu de São Paulo para abrir uma loja na cidade há dois meses, o espaço trabalha com linha de armas, munições, airsoft, airguns e equipamentos táticos.
“A gente ainda não sabe se essa decisão será negativa ou positiva. O lado bom é que a taxa de importação que sempre foi alta, agora, com essa queda, a gente possa ter um número bem maior de armas. Até porque os atiradores esportivos brasileiros preferem comprar no mercado nacional”, explica.
A loja possui mais de dez tipos de artigos diferentes, por enquanto não foi feira nenhuma compra de importação, Antonuzzi explica que o motivo está no preço das armas importadas. “O que acontece é que por conta da taxa não pedimos, trabalhamos com armas importadas mas é uma situação que já estamos revendo, começamos a pensar em trazer porque vai ser tornar mais fácil. A gente que trabalha no ramo já vem vivenciando uma outra realidade. Conseguir armamento de fogo está bem mais fácil hoje, tivemos a desburocratização da Polícia Federal, agora já é permitido ter mais de uma arma em casa e mais munição, salvo com as devidas documentações”, pontua.
Ainda segundo Antonuzzi, o público específico que procura as lojas especializadas em armamento aumentou 10% na última semana.
A mudança que passará a valer no início do ano coloca na mira as armas que se enquadrarem como revólveres e pistolas, para elas a alíquota do Imposto de Importação será zero a partir de 1° de janeiro de 2021. A resolução que inclui os artigos na lista de exceções á tarifa externa comum, reduzindo o imposto de 20% para zero, está publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (9).
A decisão é do presidente do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex) e secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys. A decisão não atinge espingardas e carabinas de caça ou tiro-ao-alvo.
“TODO MUNDO ARMADO”
Pelas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro comemorou a medida. Defensor da flexibilização da posse e do porte de armas desde a época em que era deputado federal, Bolsonaro sempre defendeu querer “todo mundo armado” e cobrou o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, uma portaria para aumentar a quantidade de munição que civis com posse e porte de armas pudessem comprar. E no dia 23 de abril, a portaria foi publicada, aumentando o volume autorizado para compra de munição. E nesse embalo, ainda no mês de abril, por determinação do Presidente, foram revogadas as portarias que tornavam mais rígido o rastreamento de armas e munição.
NEM TODO MUNDO GOSTOU
Pelas redes sociais a deputada federal e ex-bolsonarista, Joice Hasselmann (PSL) mencionou a notícia e questionou as prioridades do governo o que acendeu a reação dos usuários.