A preocupação com a sustentabilidade ambiental está cada vez mais porteira adentro em Araçatuba e região. O SIRAN (Sindicato Rural de Alta Noroeste), inclusive, tem feito um trabalho para desmistificar a falsa oposição entre produção rural e meio ambiente.
Produzir mais e melhor não significa degradação. Pelo contrário: quanto mais eficiente o manejo, é possível multiplicar os resultados impactando o menos possível a natureza.
O presidente da entidade classista, Fábio Brancato, inclusive, destaca que o SIRAN tem oferecido aos seus associados diversos cursos e programas que têm a sustentabilidade como eixo principal.
“Temos especialistas que ajudam com orientação e uma assessoria jurídica que auxilia os produtores a respeitar as normas vigentes. Particularmente, eu acredito que a região, como todo o Brasil, caminha positivamente para uma eficiência produtiva que ajuda inclusive a preservação das matas e rios”, afirma.
Na pecuária, os investidores já contam com um guia de autoavaliação gratuito que ajuda a descobrir em que patamar de sustentabilidade está a propriedade, identificando pontos importantes que muitas vezes já fazem parte da lista de preocupações da fazenda, mas nem mesmo o produtor, tão envolvido no processo, conhece. Este pode ser o resultado do preenchimento do GIPS (Guia de Indicadores da Pecuária Sustentável), ferramenta lançada em 2016 pelo Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS).
“O GIPS foi lançado em 2016 com o objetivo de traduzir o conceito da pecuária sustentável na visão dos seis elos da cadeia produtiva da pecuária. Ele tem este objetivo de ser uma ferramenta de autoavaliação do produtor, é totalmente gratuito e confidencial, e o produtor rural vai conseguir ter uma fotografia de como que está a fazenda dele em termos de sustentabilidade e aonde ele pode chegar, quais são os próximos passos para evoluir, avançar neste caminho da sustentabilidade”, explica a engenheira ambiental e gerente executiva do GTPS, Luiza Bruscato.
De acordo com especialista, a autoavaliação atribui perguntas a cinco áreas: gestão, meio ambiente, comunidades, trabalhadores e cadeia de valor.
“A gente tem indicadores dentro de todos estes aspectos, tratando da sustentabilidade de uma forma bem ampla. O objetivo também é desmistificar o olhar de que a sustentabilidade é só o meio ambiente, é só abraçar árvore. Não é só isso. Sustentabilidade é muito mais, envolve manejo de pastagem, cuidado com os trabalhadores, atendimento da legislação, seja o Código Florestal, seja a NR 31”, ilustra a engenheira.
Ainda, de acordo com Luiza, 700 produtores de todo o Brasil já iniciaram cadastro na plataforma e 400 já preencheram sua avaliação, disponível gratuitamente pelo site do projeto (https://gips.org.br).