Prefeitos da região ouvidos nessa quarta-feira (24) pela Folha de Região não demonstraram simpatia pela PEC (Proposta de Emenda à Constituição) aprovada pelo Senado que adia a data das eleições neste ano para novembro. A matéria agora, além de ter que passar pela Câmara, deverá ir para sanção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Pelo texto votado pelos senadores na terça-feira (23), o primeiro e o segundo turnos da eleição passam para os dias 15 e 29 de novembro, em vez dos dias 4 e 25 de outubro previstos em princípio.
Com a previsão das eleições ainda para este ano, fica garantido o período dos atuais mandatos até o último dia do ano. A data da posse dos eleitos também permanece inalterada, ou seja, prefeito, vice-prefeito e vereadores eleitos tomam posse em 1º de janeiro.
A PEC dispensa neste ano o cumprimento do artigo 16 da Constituição, segundo o qual mudanças nas regras eleitorais devem ser feitas, no mínimo, um ano antes do pleito.
A data da posse dos eleitos permanece inalterada, ou seja, prefeito, vice-prefeito e vereadores eleitos tomam posse em 1º de janeiro.
O prefeito de Araçatuba, Dilador Borges (PSDB), disse que se é uma decisão superior, deve ser acatada, porém o melhor para o País seria a unificação das eleições, em 2022. “Estamos em um momento ainda crítico em relação à saúde pública e não vejo, no horizonte próximo, condições para que haja filas e aglomerações para todo mundo votar em segurança”, destacou.
Cristiano Salmeirão (PTB) , prefeito de Birigui, disse que neste momento de grave crise na saúde, com desemprego e empresas falindo, realizar as eleições é atentar contra a dignidade da pessoa humana. Para ele, não há clima se “criar uma agenda neste ano, que não seja a de salvar vidas, recuperar empresas e empregos e matar a fome das pessoas”.
O prefeito de Mirandópolis, Everton Sodario (PSL) classificou a mudança como “irresponsável”. “É muito incerto o cenário da pandemia. Não acho que um mês fará muita diferença. Penso que o cenário ideal nesse momento seria a unificação eleitoral, tudo em 2022. Além de economizar recursos, não colocaríamos a população em risco. Sempre defendi eleições únicas, esse era o momento ideal pra se fazer isso”, disse Sodario.
Tamiko Inoue (PSDB), prefeita de Andradina, disse que há de se respeitar a decisão do Congresso Nacional, pois ela foi tomada em cima de critérios médicos. “Tem que se acompanhar a evolução dos casos para que não se coloque vidas em risco”, afirmou.
O prefeito de Penápolis, Célio de Oliveira (sem partido) disse que não há condições sanitárias para eleições neste ano. “A população nem está pensando nisso este momento, pela grave crise”, afirmou ele, que também defende a unificação das eleições.