A Polícia Civil prendeu, na manhã desta quarta-feira (3), Valter de Paula Petenati, morador no Concórdia 3, em Araçatuba, acusado de estelionato envolvendo investimentos em bancos digitais. Denominada de Nereu, a operação cumpriu mandados de busca e apreensão e de prisão relacionados à investigação que apura crimes de estelionatos praticados por uma quadrilha especializada, que visa vítimas idosas. A estimativa é de que o grupo tenha movimentado R$ 1 milhão ilegalmente e adquirido pelo menos dois carros de luxo.
O mandado de prisão foi expedido pela Justiça de São Paulo e as atividades de campo foram deflagradas por integrantes da Equipe de Intervenção Estratégica (EIE) da 1ª Seccional e da 1ª Delegacia do Idoso, de São Paulo, com apoio do Grupo de Operações Especiais (GOE) e da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) locais.
Petenati trabalhava em um banco digital como captador de cadastros de pessoas interessadas em investir em bitcoins. A polícia calcula que ele tenha usado pelo menos 250 cadastros, a maioria de idosos, para aplicar os golpes.
O acusado fazia o cadastro dos interessados nos investimentos por meio de uma selfie para abrir uma conta digital. No entanto, ele usava as fotos cadastrais para abrir contas em seu CPF, com o objetivo de utilizar o limite desses bancos. Em um único aparelho celular, o acusado teria feito mais de 90 transações.
Como o banco desconfiou das transações, acabou bloqueando o seu CPF. A partir daí, abriu uma nova conta no nome de sua mulher, que também teve o CPF cancelado, e na sequência, prosseguiu com o golpe utilizando os documentos das filhas menores de idade. Seu cunhado e um amigo também estariam envolvidos no esquema.
Com o dinheiro, o acusado chegou até a abrir uma loja de sapatos em Santo Antônio do Aracanguá, além de adquirir um Jeep Renegade e um veículo Audi. Neste veículo, teria pago R$ 94 mil em dinheiro. Os veículos foram apreendidos pela polícia. O acusado está no plantão policial de Araçatuba e será transferido para São Paulo, onde será ouvido.
A Polícia Civil vai prosseguir com as investigações para descobrir se há outras vítimas e bancos envolvidos nos golpes da quadrilha de estelionatários.