A proposta de plano de retomada da atividade econômica na região de Araçatuba, composta por 40 municípios, prevê a reabertura, no dia 1º de junho, do comércio varejista, restaurantes de demais serviços. A partir do dia 14, shoppings centers e academias poderão abrir e, no dia 28, parques com controle de entrada e creches. Os cinemas, teatros, museus, universidades e escolas poderão abrir a partir do 42º dia do início da flexibilização, em 12 de julho. Eventos de grande número de pessoas continuam suspensos.
A retomada, no entanto, depende do aval do governo do Estado de São Paulo, para quem o estudo foi apresentado prevendo a reabertura gradual das atividades segundo o grau de essencialidade, com abrangência de todas as atividades econômicas em 42 dias. Os setores foram priorizados de acordo com a vulnerabilidade econômica e empregatícia.
Nesta quarta-feira (27), o governador João Doria (PSDB) vai anunciar o que ele chamou de “quarentena inteligente”, que levará em consideração os dados epidemiológicos de cada região do Estado, como leitos de UTI disponíveis e ocupados, capacidade de testagem para covid-19 e índices de isolamento social. De acordo com o plano, até o dia 14 de maio, a região tinha 304 casos confirmados e 17 óbitos. Já a taxa de ocupação de leitos de enfermaria era de 18,2% e a dos leitos de UTI, de 38,7% no dia 17 de maio.
DISTANCIAMENTO SELETIVO
A retomada prevê que se inicie, o mais breve possível, o distanciamento social seletivo. Grupos de risco e infectados continuam em quarentena domiciliar e permanece a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes públicos.
As atividades deverão respeitar os protocolos sanitários do governo do Estado voltados ao combate da covid-19. A cada sete dias a situação da epidemia deve ser reavaliada pelo COE Regional (Comitê de Operações de Emergência em Saúde Pública) e, com isso, os protocolos deverão ser relaxados ou intensificados. A liberação completa da atividade estará condicionada à evolução da epidemia.
Conforme o estudo, cada empresa deverá ter liberdade para definir os horários de entrada e saída de seus funcionários como forma de distribuir o fluxo de trabalhadores ao longo do dia e mitigar o contágio no transporte público.
As empresas deverão verificar, diariamente, na entrada dos funcionários, presença de sinais gripais e sintomas respiratórios (febre, coriza, tosse, falta de ar). Se apresentado um destes sintomas e febre acima de 37,8°, o funcionário deverá ser afastado e encaminhado para o serviço médico de referência.
MUNICÍPIOS
O plano de retomada das atividades econômicas inclui os 40 municípios da região, com uma população de 791.256 pessoas: Araçatuba, Auriflama, Bento de Abreu, Bilac, Guararapes, Guzolândia, Nova Castilho, Nova Luzitânia, Rubiácea, Santo Antônio do Aracanguá, Valparaíso (Região Central); Alto Alegre, Avanhandava, Barbosa, Birigui, Braúna, Brejo Alegre, Buritama, Clementina, Coroados, Gabriel Monteiro, Glicério, Lourdes, Luiziânia, Penápolis, Piacatu, Santópolis do Aguapeí, Turiúba (Consórcio); e Andradina, Castilho, Guaraçaí, Ilha Solteira, Itapura, Lavínia, Mirandópolis, Murutinga do Sul, Nova Independência, Pereira Barreto, Sud Mennucci, Suzanápolis (Região dos Lagos).
Destes, 26 municípios possuem menos de 10 mil habitantes; 9 possuem entre 10.001 e 30 mil habitantes; 3 municípios têm entre 30.001 e 100 mil moradores e 2 (Araçatuba e Birigui) têm mais de 100 mil habitantes.
PONTOS POSITIVOS
Dentre os pontos que favorecem a retomada da atividade econômica na região é que 65% dos municípios possuem menos de 10 mil habitantes e cerca de 87% têm 100% de cobertura da Saúde na Família. Outros pontos favoráveis são a rede de Saúde organizada, o Comitê de Operações de Emergência em Saúde Pública ativo, a interação regional e o fato de a região ter apresentado o segundo menor índice de crescimento de casos no Estado, conforme estudo da Secretaria do Estado de Saúde.
PONTOS NEGATIVOS
Já os pontos negativos são a baixa cobertura de testagem para covid-19 e a baixa adesão da sociedade ao isolamento social. No rol de ameaças, o plano de retomada aponta que, para a segunda e terceira onda de covid-19, o número de leitos de UTI na região central e dos lagos é insuficiente. Além disso, a oferta de teste PCR é insuficiente pelos laboratórios de saúde pública estadual, assim como o de testes rápidos disponibilizados pelo Ministério da Saúde.
Na conclusão, o plano apresentado argumenta que a região está pronta para o retorno da atividade econômica. “A região deseja a flexibilização com a maior brevidade possível e a reabertura se dará com a estrita observância do cumprimento dos protocolos sanitários”, diz a proposta de plano de retomada regional da atividade econômica.