As agências da Caixa Econômica Federal da região de Araçatuba amanheceram com longas filas e aglomeração de centenas de pessoas que optaram por fazer o saque do auxílio emergencial, neste sábado (2). Ao todo, 902 agências ficaram abertas no País.
O atendimento teve início às 8h e seguiu até às 14h, exclusivo aos beneficiários nascidos de janeiro a outubro que recebem o Auxílio Emergencial pela Poupança Social Digital e optaram por realizar o saque em dinheiro.
Em Araçatuba e Birigui, as agências da cidade já vinham registrando filas ao longo da semana. Neste sábado não foi diferente.
Em Birigui, a agência que fica na Rua Siqueira Campos, registrou uma fila que pegava todo o quarteirão da Caixa. A maioria das pessoas presentes não fazia o uso de máscara de proteção, item essencial na prevenção ao novo coronavírus e que passa a ser obrigatório na cidade a partir da próxima quarta-feira (6), nem respeitava a distância mínima entre um e outro cliente.
Em Araçatuba, a movimentação também foi intensa. Centenas de pessoas se aglomeraram em fila que tomou a praça Rui Barbosa na manhã deste sábado. Funcionários da Caixa faziam o monitoramento do fluxo dos clientes e orientavam sobre a importância do distanciamento social mínimo de um metro e meio de distância entre as pessoas, em cumprimento ao decreto municipal publicado no dia 22 de abril.
Segundo a Caixa, a abertura das agências neste sábado permitiu a antecipação do calendário do saque em espécie para os nascidos em setembro e outubro. A data para os nascidos em novembro e dezembro está mantida na terça-feira (5).
AMPLIAÇÃO DE HORÁRIO
O presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, afirmou nesta sexta-feira (1º) que é impossível acabar com as filas nas agências bancárias durante o período de pagamento do auxílio emergencial de R$ 600. Segundo ele, o banco está fazendo o possível para reduzir aglomerações e adotou medidas como ampliação de horário de atendimento e contratação de mais funcionários.
“Sabemos que houve nesta semana uma aglomeração grande. Estamos trabalhando para resolver… Resolver, não. Não há nenhuma possibilidade de se pagar 50 milhões de pessoas em três semanas e não existir fila. Isso não existe. Não vou prometer o que é impossível. O que nós faremos é mitigar, reduzir as filas”, disse.
De acordo com o presidente, no primeiro mês de vigência do auxílio, não houve separação dos dias de pagamento a beneficiários do Bolsa Família e outros cadastrados, o que levou a um acúmulo na demanda. Para este mês, o banco vai anunciar um novo cronograma de pagamentos para evitar essa coincidência de datas. Os repasses da segunda parcela do auxílio, anteriormente previstos para o fim de abril, devem ser iniciados apenas na próxima semana.
Guimarães afirma que muitas pessoas que poderiam resolver pendências pelo aplicativo ou telefone também acabam se deslocando às agências. Na lista de ações para minimizar esse problema, ele informou que cerca de três mil vigilantes foram contratados para organizar as filas -outros dois mil devem entrar em atividade nesta semana. Também foi reforçado o número de recepcionistas.
Para ampliar o atendimento, 1.600 agências estão abrindo duas horas mais cedo. O banco também colocou agências para funcionar aos sábados. Guimarães afirmou ainda que a Caixa buscou ajuda de prefeituras para que auxiliem na organização das filas.
AMPLIAÇÃO DO AUXÍLIO
O governo ainda não definiu se o número de parcelas do auxílio emergencial de R$ 600 pago a informais poderá ser ampliado, afirmou nesta sexta-feira (1º) o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues.
O programa, aprovado pelo Congresso para minimizar os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre parcela vulnerável da população, prevê o repasse de três parcelas aos beneficiários habilitados. Em entrevista coletiva, o secretário ressaltou que o custo gerado pelos programas emergenciais será arcado pelo contribuinte.
“Não está desenhado se haverá um aumento de uma nova parcela, não é esse o ponto. Estamos analisando todos os itens, vendo critérios de efetividade e o impacto sobre as contas públicas, impacto de um custo que a sociedade vai arcar, é o contribuinte que arca com esse recurso”, afirmou.
Após a aprovação da medida pelo Congresso, o governo previu que o programa alcançaria 54 milhões de pessoas, a um custo de R$ 98 bilhões aos cofres públicos. Com a ampliação do número de cadastrados, as estimativas foram revistas e o benefício deve chegar a 70 milhões de pessoas.
Na última semana, o governo liberou mais R$ 25,7 bilhões para viabilizar o pagamento de todas os benefícios. Na quinta-feira (30), a Caixa Econômica informou que o auxílio foi disponibilizado, até o momento, para 50 milhões de pessoas -19,2 milhões do Bolsa Família, 10,5 milhões do cadastro único de programas sociais do governo e 20,3 milhões de informais que se cadastraram no site ou no aplicativo da Caixa.