O casal Rodolpho Valentini Neto e Marina Bonato Siqueira, de Araçatuba, decidiu mobilizar voluntários para a produção de máscaras para profissionais de saúde e população em situação vulnerável.
Para isso, estão formando uma rede solidária de costureiras – até agora eles têm seis –, e começaram a distribuir os materiais para a produção das máscaras, que são de tecido e laváveis.
Os primeiros materiais foram adquiridos pelo próprio casal, que gastou cerca de R$ 300,00 com a compra de tricoline, linha e elástico. Mas a ideia é conseguir doações para produzir mais máscaras. Cada metro de tecido custa R$ 25,00 e dá para fazer 30 máscaras, segundo Valentini, que é cirurgião buco-maxilo-facial.
Ele conta que decidiu ajudar porque ele e sua esposa, que é cirurgiã-dentista, são profissionais da área de saúde e perceberam a dificuldade em comprar máscaras, que estão em falta no mercado.
“Os profissionais dentro dos hospitais e centros médicos estão tendo uma espécie de racionamento no uso das máscaras. Em alguns lugares, a orientação é usar as máscaras descartáveis somente se tiver contato com paciente com sintomas, mas 55% das transmissões é por pacientes assintomáticos, por isso a importância do uso das máscaras”, afirmou.
TRANSMISSÃO AÉREA
Além disso, Valentini disse que o governo deverá orientar a população sobre o uso de máscara pela sociedade, por causa da transmissão aérea. “Por isso decidimos fazer máscaras também para a população em situação de vulnerabilidade social, como os moradores de rua e os que moram nas periferias, que não têm condições de comprar”, explicou. Ele contou que está em contato com duas assistentes sociais que vão sinalizar onde eles deverão doar. “Uma máscara custa cerca de R$ 10,00. Para quem tem o risco de ter o salário diminuído, esse dinheiro faz falta no orçamento”, ponderou.
Os primeiros a receberem as máscaras serão os profissionais que atuam nos serviços de saúde pública, como as Unidades Básicas de Saúde. A ideia é doar para os auxiliares de enfermagem, recepcionistas e enfermeiras das UBSs. Depois, a doação será feita aos outros públicos.
Inicialmente, o casal pretende produzir 300 máscaras, mas à medida que as costureiras forem terminando o trabalho, a ideia é obter mais material. Eles também querem conseguir mais quatro costureiras voluntárias, juntando-se às seis que já estão colaborando com a confecção das máscaras.
VOLUNTÁRIA
A costureira Clarice de Sandre Camargo, 68 anos, é uma das costureiras voluntárias que está confeccionando máscaras para doar. “A gente tem que fazer alguma coisa para ajudar neste momento. Faz bem ser solidária, porque enquanto eu estou guardadinha em casa, os profissionais de saúde estão arriscando as suas vidas por nós”, disse.
Ela contou que nunca tinha feito máscaras, mas aprendeu rápido. “Já fiz duas e tenho outras cortadas para montar. Vou fazer quantas precisarem”, afirmou.
SERVIÇO
Quem puder ajudar na compra de materiais para a confecção das máscaras deve entrar em contato com Rodolpho Valentini Neto pelo celular (18) 99134-3108, que também tem whatsapp.
Outra forma de contato são as redes sociais do casal, pelo Instagram: @valentinineto marinaerodolpho @marinabsiqueira