Em apenas uma semana, Araçatuba registrou 202 novos casos de dengue, passando dos 667 anteriores para os 869 atuais, aumento de 30%. O município vive uma epidemia da doença pelo segundo ano consecutivo. Em 2019, a cidade teve mais de 7,8 mil casos de dengue.
A epidemia ocorre no momento em que os agentes comunitários de saúde e de combate às endemias e controladores de vetores não estão realizando as visitas de rotina nas residências, em função da pandemia de Covid-19. As visitas foram suspensas no dia 24 de março.
Em comparação com o ano passado, a situação atual da dengue é pior, pois em 29 de março de 2019, o município tinha 277 pacientes diagnosticados com a doença, ou seja, 592 casos a menos em comparação com os 869 atuais.
Também no dia 26 de abril de 2019, conforme os dados divulgados pela Vigilância Epidemiológica na época, os números eram inferiores aos deste ano. Na ocasião, o município tinha 732 casos da doença.
Os casos estão em diferentes regiões da cidade e atingem pacientes de todas as faixas etárias, de bebês a idosos. Os pacientes mais novos são dois bebês, um do sexo feminino, que mora no Jardim Presidente e foi diagnosticado com a doença no dia 18 de janeiro, e outro do sexo masculino que reside no Palmeiras e teve o caso notificado no dia 15 de fevereiro. Entre os mais velhos, estão dois homens residentes no Jardim Aeroporto e no Iporã, com 96 e 87 anos, respectivamente.
CRIADOUROS
Conforme a Secretaria Municipal de Saúde, esse crescimento no número de pacientes com dengue deve-se ao aumento de criadouros, que têm como fator principal o grande volume de chuvas que caiu em Araçatuba, aliado às altas temperaturas médias, que superaram os 30 graus entre dezembro do ano passado e fevereiro deste ano.
Em dezembro, segundo a Secretaria, foi registrado um total de 274,7 milímetros de chuva em um período de 19 dias; no mês de janeiro, foram 144,9 mm com 15 dias de chuva e, em fevereiro, o volume chegou a 264,8 mm com 18 dias de chuva. “Chuva e alta temperatura são as condições ideais para a reprodução do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue”, afirma a Secretaria de Saúde.
ORIENTAÇÃO
A orientação para os moradores é intensificar a fiscalização de suas residências, aproveitando o momento de isolamento domiciliar decretado pelo governo estadual. A dica principal é eliminar os recipientes que possam acumular água parada e ser criadouro do Aedes aegypti.
Em nota publicada no site da Prefeitura de Araçatuba, a Secretaria Municipal de Saúde lembra que é preciso evitar também o acúmulo de entulho, pois além da dengue, há também a circulação do vetor da leishmaniose visceral e a alta incidência de escorpião. Este ano, foram notificados 394 incidentes com o aracnídeo no município.
“Tanto o quadro de dengue como de leishmaniose podem agravar os sintomas relacionados ao coronavírus e levar à morte”, diz um trecho da nota.
SINTOMAS
Os sintomas da dengue são febre, dor de cabeça, cansaço, dores nos ossos e articulações, dor atrás dos olhos, náuseas e vômito, manchas e erupções na pele, geralmente, acompanhadas de coceira. Nos casos mais graves, há hemorragia.