O cão Banzé, sem raça definida, era só pele e osso e não se mexia, após ter apanhado muito e ficar com um hematoma no abdome, além de uma costela quebrada, quando foi resgatado pelo Abrigo Família Animal Sagrado Coração de Jesus, localizado na Chácaras Bandeirantes, em Araçatuba.
Abrigado, o animal passou por tratamento e se recuperou tempos depois, após muitos meses passando por veterinários, recebendo medicamentos e carinho para se livrar dos traumas sofridos no passado.
A história de Banzé é semelhante à de muitos outros cães que hoje residem no abrigo, que passou a receber animais em maio do ano passado e pode ser considerado um lugar de realização de milagres, haja vista tantos dramas vividos e superados pelos bichinhos que lá chegam, muitas vezes, com a vida por um fio.
Resgatados, tratados e recuperados, passam a ter uma vida normal, cercados de muito amor. Este, aliás, foi o sentimento que motivou a empresária Maria Fernanda Ponce Ferraz de Jesus a resgatar animais das ruas, em 2003. “Quando vejo um animal, vejo uma vida”, relatou Maria Fernanda, em entrevista no ano passado ao Regional Press, junto com seu marido, Max de Jesus, com quem transformou em realidade o sonho de manter um abrigo para cães e gatos.
Ninguém imaginava, porém, que sete meses depois Maria Fernanda seria levada por Deus – ela faleceu neste mês, após complicações causadas por uma cirurgia. Era ela quem arcava com as principais despesas do abrigo, que agora precisa da ajuda de voluntários e da população para se manter.
CANIL
O canil construído em uma área de cinco mil metros quadrados tem hoje 170 animais que consomem, aproximadamente, 50 quilos de ração diários. Além disso, precisam de medicamentos (alguns tomam todos os dias), vacinas e passam por consultas em veterinários quando adoecem.
O abrigo necessita também de fraldas para a cadela Maia, uma cadela rottweiler que ficou com sequelas após sofrer um atropelamento e hoje se movimenta com a ajuda de um andador adaptado. Há, ainda, as despesas com água e luz, já que o local precisa ser limpo periodicamente e conta com a colaboração de dois funcionários que estão com os salários atrasados.
Os cães ficam em baias construídas especialmente para eles. Cada baia tem entre três e seis animais, dependendo do porte e da personalidade de cada um. Lá, há animais sem raça definida e também poodle, pit bull, rotweiller, todos abandonados e resgatados pelo abrigo.
As fezes são recolhidas diariamente e a lavagem das baias é feita três vezes por semana com sabão e produtos antibacterianos.
SONHO
Max de Jesus, viúvo de Maria Fernanda, disse que vai lutar para manter vivo o sonho da esposa. E planeja, inclusive mudar o nome do abrigo para Maria Fernanda Ponde Ferraz de Jesus, em homenagem à idealizadora e mantenedora do espaço. “Era o sonho dela, mas infelizmente Deus a levou”, afirmou.
Conforme Max, há animais disponíveis para adoção responsável, mas se o interessado não quiser levá-los para casa, há a opção de adotar o animal mantendo-o no espaço, mas ajudando com a doação de ração e medicamentos.
Um grupo de voluntários organizou uma campanha de doação de ração com vários pontos de arrecadação (Veja na imagem abaixo). Qualquer quantidade é bem-vinda, segundo Max. “Nós também buscamos no local que o doador indicar”, disse.
SERVIÇO
Quem puder colaborar, deve entrar em contato com Max pelo telefone (18) 99734-6216.