Quatorze pacientes que estão com a síndrome nefroneural continuam internados em estado grave, com risco de morte, informou a Secretaria de Estado de Saúde, durante a entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (7). Segundo a pasta, todos eles ingeriram a cerveja produzida pela Backer.
Até agora, segundo o Subsecretário de Estado de Saúde Felipe Laguardia, já são 18 casos notificados da síndrome nefroneural. Quatro pessoas morreram. Os casos surgiram possivelmente após a ingestão de dietilenoglicol, substância tóxica que foi encontrada nas cervejas, nos tanques e na água para produção das bebidas da Backer.
A Secretaria de Estado de Saúde explicou que apenas a Polícia Civil tem a tecnologia necessária para fazer exames e confirmar com precisão se os pacientes que estão internados foram contaminados pelo dietilenoglicol. Esta seria o motivo apontado pelo órgão para a demora da confirmação dos demais casos.
“É raro a intoxicação por dietilenoglicol. A gente não sabe em relação a sequelas, evolução. Existe a possibilidade de que estes pacientes se recuperem, mas pode ser que também tenham sequelas”, disse a infectologista e diretora do Hospital Eduardo de Menezes Virgínia Antunes de Andrade.
Intoxicação
Até então chamada de síndrome nefroneural pelas autoridades de saúde, porque não se sabia o que estaria provocando quadros de insuficiência renal e alterações neurológicas nos pacientes, os casos passam a ser denominados, a partir de agora, de intoxicação por dietilenoglicol. A nova denominação é da Secretaria de Estado de Saúde e foi informada durante a entrevista coletiva desta sexta.
Maior parte é homem
Dos 18 casos investigados pela Secretaria de Estado de Saúde, a maior parte é homem. O infectologista do Hospital João XXIII Adebal Filho disse que os efeitos vão variar em cada um. “Se a pessoa tiver ingerido a cerveja de barriga cheia, menor será a absorção do álcool e também do dietilenoglicol”, explicou.
Ainda de acordo com o infectologista, quanto maior a quantidade ingerida, maior risco de adoecimento;. Pacientes que já tinham alguma doença, especialmente renal ou hepático, têm mais chances de ter quadro grave da síndrome nefroneural. “A ingestão de outros tipos de álcool com a cerveja é o antídoto principal. Isso explica porque alguns adoeceram muito e outros não”, completou.