Não está nada fácil para os consumidores de Araçatuba continuarem a comprar carne para o almoço e o jantar. Tanto a bovina, quanto a suína estão com os preços nas alturas. Até o frango, queridinho de muitos, está acima da média nos principais supermercados da cidade. Segundo um economista consultado pela reportagem a tendência é que os valores continuem subindo nos próximos meses.
A reportagem da Folha da Região apurou que os cortes mais comuns do porco, como o pernil, por exemplo, passou de R$ 9,99 para R$ 12,99, já o lombo está saindo atualmente por R$ 14,99, o quilo, enquanto há duas semanas podia ser encontrado por R$ 11,99. Já os cortes bovinos, por exemplo, do coxão mole – campeão para bifes e churrasco – eram vendidos por R$ 24,99 na semana passada e agora estão R$ 29,99.
O contrafilé, outro corte bastante procurado pelos consumidores, estava sendo comercializado por R$ 23,98 e hoje está por R$ 39,98, o quilo; já o cupim, que podia ser encontrado por R$ 11,98, hoje está sendo vendido por R$ 21,99.
FRANGO
A opção mais procurada para substituir esses duas carnes é a de frango, mas segundo levantamento feito pela reportagem, já é possível notar um leve aumento. A ave inteira estava sendo vendida por até R$ 4,99 em alguns comércios da cidade, agora, o valor mínimo encontrado está em R$ 5,99. O filé, que saia por R$ 8,99, também teve um aumento de R$ 1, podendo ser encontrado por R$ 8,99.
EXPORTAÇÃO E REAL
Segundo o economista e professor Marco Aurélio Barbosa de Souza, de Birigui, a alta no preço da carne no Brasil é decorrente do aumento das exportações para a China. E o aumento das compras realizadas pela economia chinesa se deve a dois fatores.
“Houve uma doença que impactou a produção de carne de porco naquele país, e obrigou a substituição pela carne importada de outras nações, em especial, da nossa”, afirma. “Além disso, o governo brasileiro, neste segundo semestre, habilitou dez novos frigoríficos nacionais para exportação de carne para a China. Dessa forma, o aumento de demanda chinesa somado ao aumento de oferta de novos frigoríficos potencializou a venda para os chineses”, explica ele.
“Outro fator que deve ser destacado é a desvalorização do nosso real, em relação ao dólar, o que torna as exportações brasileiras mais favoráveis, ou seja, trazem rentabilidade maior para as empresas exportadoras, o que favorece este tipo de negócio com a China”, ressalta Barbosa.
Questionado sobre uma possível queda nos preços, o economista é taxativo. “A tendência para esse fechamento de ano e começo de 2020 é de termos ainda preços elevados, em especial, na carne bovina. A normalização do processo demorará um tempo e depende de dois fatores: a redução do consumo Chinês e o aumento da produção no Brasil, com maior oferta de gado para o abate e de carnes de frango e suína”, finaliza.
(Folha da Região)