O professor da Unesp Juarez Xavier, 60 anos, foi vítima de crime de racismo nesta quarta-feira (20), Dia da Consciência Negra. Além de ser chamado de “macaco”, ele foi ferido com perfurações de canivete. O caso aconteceu em Bauru.
Conforme a polícia, após ser vítima de racismo, o professor reagiu e acabou entrando em luta corporal com o acusado, cuja identidade não foi divulgada. O homem sacou um canivete e golpeou o professor no ombro direito e no braço esquerdo. Ele também teve um ferimento na perna, possivelmente por causa de uma queda durante a confusão.
O acusado foi detido por populares até a chegada da PM e levado ao plantão da Polícia Civil. O professor passou por atendimento médico em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Ele também prestou depoimento na delegacia.
Em sua rede social, o professor relatou que foi chamado de macaco, reagiu e acabou sendo esfaqueado. “Mas antes ele sentiu a fúria negra! Laroyê!”, afirmou em sua página no Facebook, referindo-se à saudação ao orixá Exu na cultura afro-brasileira. A postagem mostra ainda a imagem de sua perna machucada.
A Unesp publicou uma nota de repúdio ao ato racista contra o professor. Veja abaixo.
Nota de repúdio a atos racistas contra docente da Unesp
São Paulo, 20 de novembro de 2019
A Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” vem manifestar o seu repúdio aos atos racistas desta quarta-feira (20/11) contra o professor Juarez Xavier, docente da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação do câmpus de Bauru e assessor da Pró-Reitoria de Extensão Universitária e Cultura.
Negro, o professor foi alvo de xingamentos racistas quando estava em um local público e se indignou diante do criminoso, que ainda o atacou com golpes de canivete, fazendo-o sangrar no braço e nas costas.
A resposta do docente, que também prestou queixa na delegacia, foi a esperada de cidadãos defensores da diversidade frente a ações de intolerância que não podem ser aceitas em ambientes democráticos e sociedades plurais.
Os atos racistas, neste Dia da Consciência Negra, só reforçam a necessidade de dar sequência à luta contra a discriminação racial, os preconceitos, de qualquer natureza, e especialmente contra a desigualdade abissal que marca historicamente a população negra no Brasil.
Assessoria de Comunicação e Imprensa