Na sessão mais tumultuada do ano, com direito a protesto, bate-boca e munícipes indignados com a crise da água, a Câmara Municipal de Araçatuba aprovou, nesta segunda-feira (8), a convocação do comissário-geral do Conselho Administrativo da Agência Reguladora e Fiscalizadora Daea (Departamento de Água e Esgoto de Araçatuba), Márcio Saito, para dar explicações sobre o desabastecimento de água na Zona Leste e em outros pontos da cidade.
Moradores daquela região ficaram com as torneiras secas no período de quinta-feira (3) até a manhã de segunda (7), quando o fornecimento começou a ser restabelecido. Revoltados, os munícipes lotaram o plenário da Câmara pedindo providências dos vereadores.
Por 14 votos, o plenário aprovou o requerimento de autoria do vereador Arlindo Araújo (Cidadania), pedindo a presença do representante da agência, que é responsável por fiscalizar o cumprimento do contrato do município com a concessionária Samar e garantir o fornecimento contínuo de água aos munícipes.
Com a aprovação da convocação, Saito deverá comparecer à sessão ordinária em até 15 dias, de acordo com o regimento da Casa. “Não é a primeira vez que a Samar protagoniza um absurdo deste tamanho. Nunca na história de Araçatuba aconteceu uma coisa dessas. Nós estamos convocando e queremos esclarecimentos da agência reguladora, que tem o poder para fiscalizar e multar essa empresa”, afirmou Arlindo Araújo.
O vereador Gilberto Batata Mantovani (PL) lembrou de outros casos de falta de água na cidade. “Foi novamente uma ação desastrosa neste período de concessão do serviço de água e esgoto”, disse.
Já o vereador Denilson Pichitelli (PSL) lamentou a falta de esclarecimentos aos moradores. “Imprevistos acontecem, mas faltou esclarecimento. Tinha que ter um carro de som trazendo informações”, opinou.
BATE-BOCA
Com o plenário lotado de moradores indignados com o desabastecimento na Zona Leste, chegou a haver bate-boca entre a munícipe Jucimara Campos e o vereador Dr. Jaime (PTB). A mando da presidente da Casa, Tieza Lemos Marques (PSDB), ela acabou sendo retirada do plenário, assim como o manifestante Christian Menezes.
Em sua justificativa, Tieza disse que o regimento interno da Casa não permite que os presentes se manifestem. Para acalmar os ânimos, parte dos manifestantes foi levada para uma sala, onde se reuniu com os vereadores Dunga Costa (DEM), Denilson Pichitelli (PSL), Tieza e Gilberto Batata Mantovani (PL).