A PF (Polícia Federal) indiciou 14 pessoas envolvidas no inquérito da operação #TudoNosso, deflagrada no último dia 13, que resultou nas prisões preventivas do sindicalista e suposto líder do grupo, José Avelino Pereira, o Chinelo, de seu filho, Igor Thiago Pereira, e dos ex-servidores municipais Thiago Henrique Braz Mendes, ex-assessor executivo da secretaria de Governo, Silvia Aparecida Teixeira, ex-diretora da secretaria de Assistência Social, e José Cláudio Ferreira, conhecido como Zé Pera.
No despacho obtido exclusivamente pela reportagem da Folha da Região, a PF conclui que existem elementos que provam a existência de uma organização criminosa comandada por Chinelo, sendo ele a pessoa mais beneficiada com o esquema de infiltração na administração pública, garantindo que as empresas do esquema fossem contratadas. Diante dos fatos apurados até este momento, a PF decidiu indiciar 14 pessoas envolvidas no esquema fraudulento.
Chinelo foi indiciado no despacho pelos crimes de associação criminosa (pena de três a oito anos), utilização de documento falso em processos administrativo (pena de um a três anos), falsificação de documentos públicos e privados (falsidade ideológica, pena de um a cinco anos, se for documento público, e pena de um a três anos se for documento particular), desvio de recursos públicos (peculato, pena de dois a doze anos), corrupção ativa (pena de dois a doze anos), beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público (pena de três a cinco anos), e superfaturamento em contratações de fornecedores (pena de três a seis anos).
Igor Pereira, filho de Chinelo, foi indiciado por associação criminosa (pena de três a oito anos), falsidade ideológica (pena de um a três anos), e desvio de recursos públicos (peculato, pena de dois a doze anos).
Thiago Mendes foi indiciado pelos crimes de associação criminosa (pena de três a oito anos), falsificação de documento público (pena e dois a seis anos), e desvio de recursos públicos (peculato, pena de dois a doze anos), corrupção passiva (pena de dois a doze anos), prevaricação (Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, no caso fiscalização, pena de três meses a um ano), e frustrar ou fraudar processos licitatórios da prefeitura (pena de dois a quatro anos).
Zé Pera foi indiciado por associação criminosa (pena de três a oito anos), corrupção passiva (pena de dois a doze anos) e frustrar ou fraudar processos licitatórios da prefeitura (pena de dois a quatro anos). Daiana Francielle Gomes, diretora de compras do IVVH, foi indiciada pelo crime de associação criminosa (pena de três a oito anos).
Núcleos
No novo despacho, a PF concluiu que o grupo era dividido em duas partes, núcleo principal e núcleo de facilitadores. O principal era formado pelos integrantes da organização criminosa que possuem participação no esquema, sendo articuladores, colaboradores ou laranjas.
Além disso, os membros do núcleo eram subordinados a Chinelo, o que o caracteriza como líder e principal beneficiário da organização criminosa. O núcleo principal se dividia em dois grupos: articuladores e colaboradores.
O grupo de articuladores era integrado por servidores públicos nomeados para cargos em comissões na Prefeitura araçatubense. De acordo com os áudios interceptados pela PF, a principal função deste grupo era garantir que os interesses da organização fossem defendidos perante a administração municipal.
A função do grupo de colaboradores era ocultar a participação de Chinelo, atuando como “laranjas”. No despacho, é concluído que esse grupo não possuía autonomia em suas decisões, seguindo estritamente as ordens de Chinelo, a que se reportavam em todas as ocasiões. Por: Folha da Região