Júlia Smanioto/Folha da Região – A Vigilância Epidemiológica de Araçatuba divulgou, nesta sexta-feira (23), um novo balanço dos números de casos de dengue na cidade. Em quatro dias, foram 308 novas confirmações da doença, ou seja, 77 casos por dia. Ao todo, o município já soma 7.500 casos da doença. Este já é o segundo ano com maior incidência da dengue na cidade, atrás apenas de 2010, quando 11.509 casos foram registrados.
Em maio deste ano, o município decretou epidemia de dengue, após um aumento acelerado nos números de casos. No dia três deste mês, a Vigilância confirmou a primeira morte na cidade causada por dengue. A vítima, que era do sexo feminino, tinha 87 anos e morava no bairro Industrial.
A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e vem sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas se infectem anualmente com a doença em mais de 100 países de todos os continentes, exceto a Europa.
Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em consequência da dengue, que é dividida em quatro tipos, de acordo com os sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Quando uma pessoa tem dengue, ela recebe uma imunidade relativa contra outro sorotipo.
A doença é considerada potencialmente grave, já que pode evoluir para casos de hemorragiame a síndrome do choque da dengue, caracterizadas por sangramento e queda de pressão arterial, o que eleva o risco de morte. A melhor maneira de combater esse mal é atuando de forma preventiva, impedindo a reprodução do mosquito.
Uma forma de acabar com o mosquito é eliminando os possíveis criadouros. O Aedes deposita seus ovos em água limpa, mas não necessariamente potável. Por isso, é importante jogar fora pneus velhos, virar garrafas com a boca para baixo e, caso o quintal seja propenso à formação de poças, realizar a drenagem do terreno.
Também é necessário lavar a vasilha de água dos bichos de estimação regularmente e manter fechadas tampas de caixas d’água e cisternas.
ESCORPIÕES
A Vigilância Epidemiológica de Araçatuba também divulgou os números atualizados de casos envolvendo acidentes com escorpiões no município. De acordo com a VE, em 2019 já foram registrados 583 casos na cidade.
ÍNDICE DE INFESTAÇÃO DO AEDES EM ARAÇATUBA ESTÁ ACIMA DO ACEITÁVEL
O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Araçatuba divulgou, nesta sexta-feira (23), o resultado do Liraa (Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti), índice que busca mapear os criadouros do mosquito transmissor em diferentes regiões do município.
O levantamento foi realizado de 1º a 21 de agosto em nove regiões da cidade. O resultado foi de 2,4%. O Ministério da Saúde preconiza que a porcentagem aceitável não deva ultrapassar 1%. Ou seja, conforme o Liraa, em Araçatuba foram encontrados recipientes para Aedes aegypti em 2,4% dos imóveis vistoriados.
O último Liraa, feito em maio deste ano, deu um resultado de 5,8%. O que prova que o município está conseguindo diminuir o número de criadouros do mosquisto.
Conforme o Liraa de agosto, os bairros Nossa Senhora Aparecida, Ipanema, Novo Paraíso, Jd Amizade, Santana, Castelo Branco, Antonio Pagan, Aeronautica apresentaram o maior índice (3,33%) enquanto que nos bairros Jd São Rafael, Chácaras Arco Iris e Jd Etemp o índice foi de apenas 0,64%, o mais baixo das nove regiões em que a cidade foi dividida.