Três agentes do Detran registraram um boletim de ocorrência após denúncia e fiscalização em um Centro de Formação de Condutores (Auto Escola) de Guararapes. A unidade registrava aulas práticas e teóricas sem a afetiva participação dos alunos, que iam ao local apenas para registrar a digital, fazendo um falso registro de comprovação de que realizaram as referidas aulas.
As agentes foram até Guararapes para fazer uma fiscalização devido à denúncia. Ao chegarem na cidade, elas constataram que um ônibus, o qual deveria estar sendo utilizado naquele momento para realização de aulas práticas, conforme registro no sistema e-CNH, estava estacionado próximo a um posto de combustíveis.
O sistema e-CNH mostra em tempo real qual veículo, instrutor e aluno estão em aula no momento, e no final o aluno deve comprovar que fez a aula passando a digital no sistema. Ao chegarem na auto-escola, as agentes encontraram um carro, que também deveria estar em aula naquele momento, estacionado em frente a empresa sem ninguém em seu interior.
Elas anunciaram a fiscalização e foram acompanhadas por uma instrutora, que deveria, naquele momento, estar fazendo acompanhamento de aula prática. Quando estavam no local, chegou uma aluna informando que estava lá para passar a digital, sendo que ela não havia realizado aula prática.
Minutos depois as agentes flagraram uma outra aluna, acompanhada de um instrutor, os quais não haviam realizado aula prática, chegando ao local apenas para registrar a digital. E por fim chegou o aluno que deveria estar realizando aula prática no ônibus que elas encontraram estacionado perto do posto, também apenas para fazer o registro da digital, para confirmar uma aula que não foi realizada.
Elas também constataram a fraude no registro de aula teórica, porque no sistema e-CNH constava que um instrutor estava realizando aula teórica com dois alunos, o que não estava acontecendo na unidade.
Diante das constatações as agentes registraram um boletim de ocorrência para apurar as fraudes, tanto pela auto-escola, como por instrutores e alunos. Um dos crimes que poderão ser atribuídos a eles é a inserção de dados falsos em sistema de informação, um crime contra a administração pública. A Polícia Civil vai investigar o caso.